O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira, 3, que os ataques americanos contra forças do Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, que mataram o general iraniano Qassim Suleimani, tiveram o objetivo de impedir uma guerra, não iniciar uma.
"O que os Estados Unidos fizeram ontem deveria ter sido feito muito tempo atrás. Nós agimos na última noite para parar uma guerra, não começar uma", afirmou Trump.
Durante coletiva de imprensa, o presidente americano disse que os EUA estão "prontos e preparados para atitudes necessárias" para proteger os americanos e que tem o melhor serviço de inteligência e os melhores militares "de longe".
Segundo Trump, Sulemani era "o terrorista número 1 do mundo" e estava planejando ataques contra militares e diplomatas americanos na região do conflito. "Suleimani tem feito atos de terror para desestabilizar o Oriente Médio pelos últimos 20 anos.", disse.
Trump lembrou dos ataques à embaixada americana em Bagdá no início desta semana e o da sexta-feira passada em que mais de 30 foguetes foram lançados contra uma base militar iraquiana, matando um empreiteiro a serviço dos EUA e ferindo quatro americanos e dois soldados iraquianos. O presidente atribuiu ambos à Suleimani e disse que suas operações contribuíram para conspirações terroristas em Nova Delhi e Londres.
"Por anos a Guarda Revolucionária do Irã e suas forças cruéis sob a liderança de Suleimani feriu e matou centenas de americanos, civis e servidores" e continuou lembrando de outros episódios "hoje nós lembramos e honramos as vítimas de muitas atrocidades de Sulemani, e nós temos conforto em saber que o seu reino de terror acabou".
Apesar de severas críticas a ações da Defesa iraniana, Trump ainda disse ter muito respeito à população iraniana.
Na manhã desta sexta, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu vingança. "Sua partida (de Suleimani) não acaba com a sua missão e uma forte vingança aguarda os criminosos que têm seu sangue e o sangue dos outros mártires em suas mãos", disse o líder supremo em comunicado. Ele também anunciou que o posto de Suleimani será ocupado pelo brigadeiro-general Esmail Ghaan e que a Guarda irá permanecer "inalterada". Até o momento, Ghaan era vice-comandante da força Al-Qods, responsável pelas operações estrangeiras do Irã.
Mais tarde, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã disse, pelo Twitter, que o assassinato de Qassim Suleimani como "o maior erro estratégico" dos EUA no oeste da Ásia e alertou que Washington não se livraria das consequências desse "erro de cálculo".
Depois da ação, a embaixada do país em Bagdá pediu a todos os cidadãos americanos que estão no Iraque para que saiam imediatamente do país.