Por Itasat
A previsão da Sociedade Mineira de Pediatria (SMM) é de algo próximo à normalidade de antes da pandemia da covid-19 com relação às aulas presenciais seja possível apenas a partir do segundo semestre deste ano. A entidade, segundo o presidente Cássio Ibiapina, defende modelo de retorno hibrido e escalonado para os próximos meses.
“O retorno deve ser seguro, escalonado, facultativo e individualizado para cada escola, para cada realidade”, destaca. “Se uma escola puder receber 20% dos alunos para uma atividade de educação física, que seja para uma rua de lazer, vamos estar fazendo um grande bem para essas crianças que estão sofrendo tanto.”
Conforme Ibiapina, “aquela escola de antes da pandemia, com todos os alunos ao mesmo tempo”, levará um período a mais para ser reestabelecida. “Tenho fé que talvez no segundo semestre, talvez demore mais um pouco, mas este retorno híbrido, mistura do presencial e online, e atividades que sejam adaptadas àquela escola [tem que acontecer por agora]”, destaca.
O secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, já havia citado encontros com pediatras para debater a situação dos alunos. O governo quer apresentar um “plano robusto” de retorno presencial das aulas ainda em fevereiro. Uma das premissas seria a vacinação de professores, que serão enquadrados como grupo prioritário, possivelmente na fase 3 de vacinação estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Impactos
O presidente da SMM destaca que a ausência das aulas presenciais tem causado impactos no desenvolvimento de crianças e adolescentes. “Aqueles com cerca de dois anos estão com atraso da fala. Aquelas crianças na fase de alfabetização estão demorando mais a ler. Adolescentes com problemas associados à obesidade, distúrbios psíquicos, depressão, aumento da taxa de suicídio e de violência. Temos que olhar para as crianças para que elas tenham a vida de volta”, destaca.
Protocolos
Conforme Ibiapina, o governo de Minas estuda os protocolos a serem implementados, como distanciamento social e uso de máscaras. “Essas medidas com certeza vão acontecer. Adaptações nessas questões de segurança com relação a esse novo mundo”, diz.
Também foi discutido, junto ao Executivo estadual, questões relacionadas aos índices da pandemia “para mostrar o momento de retorno”. “Todo este estudo vai ser realizado e encaixado nas ondas e nas novas adaptações da Secretaria Estadual de Saúde”, completa.