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Taxa de mortalidade

Infecção generalizada e ataque aos pulmões podem explicar por que a covid-19 pode matar 47% dos pacientes em UTI

Estudo foi feito pela UFMG em hospitais de Minas e de outros estados

19/02/2021 08h54
Por:

Por Itasat

Comprometimento pulmonar e infecção generalizada estão entre os problemas causados pela covid-19 que aumentam a taxa de mortalidade de pacientes que precisam de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 37 hospitais de São Paulo, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas apontou que 47,6% dos pacientes com covid-19 internados em UTI no Brasil morrem. 

Há quase 1 ano na linha de frente de combate à covid-19 na Santa Casa de Belo Horizonte, a médica intensivista Fernanda Helena Caputo Gomes diz que a taxa de mortalidade é ainda mais elevada quando o paciente precisa ser intubado. Segundo a médica, a taxa de mortalidade na Santa Casa de BH, somando quem fica em leitos de UTI e de enfermaria, é de 25%.

"Essa taxa de mortalidade alta pode ser explicada pela gravidade da doença e o nível de comprometimento pulmonar. E esse número é ainda mais alto quando os pacientes que estão no CTI precisam ir para ventilação mecânica. É sinal de que o comprometimento pulmonar é ainda maior. Essa ventilação mecânica pode desenvolver sepsemia (infecção generalizada) e aí se torna ainda mais grave, o tempo de internação se prolonga e, com isso, a taxa de mortalidade acaba aumentando", diz a médica.

A percepção da médica é reforçada pela pesquisa da UFMG. O estudo mostra que a covid-19 pode matar até 60% dos pacientes que vão para o respirador. Desses, 15% tiveram infecção generalizada e 13% desenvolveram infecção bacteriana. O levantamento criou uma "calculadora" para auxiliar profissionais da saúde a avaliar pacientes com a doença. Confira aqui no link o serviço: https://abc2sph.com/pt/

A médica intensivista relata que os desafios no tratamento de pacientes graves são enormes. "O que temos visto no CTI é que as apresentações da doença se diferem de paciente para paciente. Cada paciente tem seu tempo de recuperação, cada paciente manifesta um sintoma num determinado momento. Isso tem sido um grande desafio", pontuou.

Enquanto a vacinação é realizada de forma lenta, a médica reforça a necessidade do uso de máscara, para evitar, inclusive, os casos graves da doença, conforme apontam estudos.

"Precisamos, enquanto população, voltar ao que a gente já estava fazendo no ano passado, com o uso de máscaras e distanciamento. Segundo estudos e indicação dos infectologistas, o uso de máscara é eficaz contra o desenvolvimento das formas graves da doença. Então, se desenvolvemos a forma grave da doença, o risco de ir para uma UTI e as complicações são muito maiores”.

Tratamento

Cuidar pacientes graves de maneira eficaz é outro desafio dos profissionais de saúde. Fernanda explica que o tratamento evoluiu com o passar dos meses, graças ao avanço da ciência. 

"No início da pandemia, a gente não conhecia muito sobre a covid-19. Então, a gente tinha muitas dúvidas ainda em relação à doença. Muitos estudos ainda estavam em andamento, alguns medicamentos que a gente usou no início do tratamento dos pacientes, os estudos mostraram benefícios, depois a gente viu em outros estudos mais novos que o benefício não era tão importante assim. Às vezes, medicamentos que a gente usou no início também tinham muitos efeitos colaterais e não mudavam muito o curso da doença. Então, a gente aprendeu muito ao longo desse tempo todo", diz a médica.

O tratamento dos casos com gravidade é feito com administração de doses do corticoide dexametazona, o único que mostra benefício atualmente. No entanto, a médica reforça que o uso é recomendado apenas nos casos graves, sob acompanhamento médico permanente.

"Foi o primeiro medicamento que, realmente, mostra uma melhora na sobrevivência em casos da covid-19 nos pacientes que precisam de oxigênio. Nos pacientes que precisaram de oxigênio, mas não de intubação, nem de ir para a ventilação mecânica, os estudos mostraram uma redução de 20% na taxa de mortalidade. Então, isso foi um grande avanço no tratamento da doença", diz Fernanda, que reforça: "Precisa de ser com a indicação médica e só mostrou benefício nos pacientes que precisam de tratamento com oxigênio".