Por Itasat
O Instituto Butantan, após anunciar vacina de fabricação própria contra covid-19, chamada de Butanvac, detalhou expectativas de uso do imunizante. A tendência é de que produção em larga escala tenha início e maio e que a aplicação na população comece em julho. Deverão ser fabricadas 40 milhões de doses até o fim do ano.
Antes disso, o imunizante precisará passar por etapas de avaliação. O Butantan vai pedir nesta sexta-feira (26), autorização à Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a fase de testes clínicos.
O imunizante será chamado de Butanvac e foi desenvolvido pelo instituto, que lidera um consórcio internacional do qual ele é o principal produtor - 85% da capacidade total de fornecimento da vacina, se tudo ocorrer como previsto, sairá do órgão do governo paulista.
A Butanvac tem uma tecnologia já empregada amplamente pelo Instituto Butantan, que utiliza o vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do SARS-CoV-2.
O imunizante já passou pelos testes pré-clínicos, nos quais são avaliados em animais efeitos positivos e toxicidade. A vacina também será testada nos dois outros países participantes do consórcio, Vietnã e Tailândia - neste último, a fase 1 já começou.
O pedido de autorização se refere às fases 1 e 2 de testes do imunizante, nas quais serão avaliadas segurança e capacidade de promover resposta imune em 1,8 mil voluntários. Na fase 3, até 9 mil pessoas irão participar - etapa que vai estipular a eficácia da nova fórmula.
O Butantan é o maior produtor de vacinas do país e já fornece a Coronavac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac. O Instituto conduziu a testagem do imunizante no Brasil e é o responsável pelo envase do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), importado da China. O desenvolvimento da Butanvac em nada altera o cronograma de vacinação da Coronavac.
Diferentemente da Coronavac ou da vacina de Oxford/AstraZeneca, em que os parceiros nacionais podem produzir uma capacidade limitada de doses, agora, o Instituto Butantan é o principal desenvolvedor dentro do consórcio e poderá produzir a maior parte dos imunizantes.
Além da vacina, o órgão já havia pedido à Anvisa a autorização para testar o soro de tratamento contra a covid-19. Na última quarta-feira (24), Dimas Covas informou que toda a documentação solicitada pela agência havia sido enviada no dia anterior.