Coperlidere
RR MÍDIA 3
66 mil mortes

Infectologista diz que recorde de mortes por covid está ligado às férias e viagens: 'Variante se espalhou'

Especialista reforça o pedido para que as pessoas fiquem em casa neste feriado

01/04/2021 10h49
Por:

Por Itasat

O infectologista Estevão Urbano, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia da Prefeitura de Belo Horizonte, considera que as viagens de fim e início de ano fizeram de março o mês com mais mortes por covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. O país terminou o período de 31 dias com mais de 66 mil óbitos pela doença. 

“Esses fatores [para o ápice da pandemia] foram: férias de fim de ano e viagens de Carnaval. Essa variante se espalhou pelo Brasil inteiro e, como ela é mais transmissível e mais agressiva, isso acabou explodindo em março. Nós deixamos o vírus circular, não fizemos o dever de casa, que é respeitar o vírus. Nós, enquanto nação, subestimamos o vírus”, disse em entrevista ao Jornal da Itatiaia 1ª Edição desta quinta-feira (1º).

Segundo o médico, quanto mais o vírus se espalha maior é a chance de surgirem variantes. Ele ressalta que a cepa atual tem sido danosa também aos jovens, diferente da que provocou a pandemia inicialmente. Por isso, o especialista afirma que é impossível prever como serão os próximos dias.

“Nós estamos vivendo um ciclo vicioso, que tem que ser cortado com a vacina. Se nós não vacinarmos a população de forma rápida, o cenário se torna imprevisível. Acredito que ainda teremos um abril duro. Estamos numa franca ascensão da pandemia no país e nada leva a crer que, em curto, prazo ela desaceleraria.”

Em BH

Nos últimos dias, Belo Horizonte apresentou uma redução do RT, índice que mede a velocidade de transmissão do coronavírus. Após chegar ao auge, de 1,28 (com cada grupo de 100 infectados repassando a doença para 128 pessoas) no dia 15 de março, houve quedas sucessivas e, nessa quarta-feira (31), chegou a 1,08, ainda no nível amarelo.

Entretanto, o reflexo disso ainda não foi visto nas UTIs. “Uma redução do RT impacta daqui a dez, quatorze dias. Nós estamos num movimento de Belo Horizonte que talvez seja favorável”, avaliou.

Não viaje!

O médico pediu para que as pessoas mantenham o distanciamento social e não viagem neste feriado. “A responsabilidade agora é maior do que nunca, porque antes pelo menos tinha leito hospitalar. Hoje não há nem leito hospitalar para as pessoas se internarem.”