Por Itasat
A Universidade Federal de Minas Gerais começou nesta semana os testes em primatas da vacina contra o novo coronavírus que está sendo desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O imunizante foi provisoriamente batizado de Spintec.
Atualmente, a UFMG desenvolve pesquisas de sete vacinas. De acordo com o professor Flávio Fonseca, pesquisador do CT-Vacinas, entre os imunizantes em desenvolvimento na UFMG, a Spintec é a que apresentou os melhores resultados nos testes pré-clínicos em camundongos.
“Os camundongos imunizados ficaram 100% protegidos, ou seja, nenhum veio a óbito ou adoeceu. Isso é o sinal da eficiência da vacina que esperamos confirmar com os testes com os primatas”, diz.
A fase de testagem com os macacos é pré-requisito exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que a vacina possa avançar para a fase de testes clínicos em humanos.
Três grupos de primatas participam dos testes. O primeiro grupo, com quatro macacos, está recebendo o imunizante com um adjuvante, substância que aumenta a resposta imunológica do indivíduo. O segundo grupo, também formado por quatro animais, recebe a vacina com outro tipo de adjuvante. O terceiro grupo, o de controle, é formado por dois macacos que não receberão a vacina.
Os primatas já receberam a primeira dose da vacina, e os testes devem durar 60 dias. Após essa etapa, os pesquisadores esperam a autorização para iniciarem os testes clínicos em humanos.
Os testes em humanos devem ser iniciados em outubro e serão divididos em três fases: as fases 1 e 2 levarão de 60 a 80 dias. A fase 3 durará cerca de seis meses.
Os animais usados no experimento são provenientes de resgates feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Eles foram microchipados e retornarão ao órgão após os testes para serem devolvidos à natureza.
Como funciona a vacina
A vacina é feita por uma plataforma tecnológica que consiste na combinação de duas proteínas, entre elas a proteína S, que é utilizada pelo novo coronavírus para invadir as células humanas. O composto formado pelas proteínas combinadas, também chamado de "quimera", é injetado no organismo e induz à resposta imune.