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Copa América

Seleção Brasileira abre Copa América contra a Venezuela após polêmica e questionamentos

Tite manteve o grupo que está com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias

13/06/2021 09h53
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Por Itasat

Vai ter Copa América no Brasil. Depois da desistência de Colômbia e Argentina como sedes originais, de um manifesto dos atletas da Seleção Brasileira com críticas ao torneio por "razões humanitárias e de cunho profissional", dos protestos de movimentos sociais no Distrito Federal por conta dos jogos durante o agravamento da pandemia e até da desistência de três patrocinadores, a competição de seleções da América do Sul começa neste domingo (12), com Brasil e Venezuela, às 18h, em Brasília.

A realização do torneio parecia tão incerta que o martelo só foi batido nessa quinta-feira (10). O Supremo Tribunal Federal analisou, ao mesmo tempo, três processos contra a realização do torneio em função da possibilidade de disseminação do novo coronavírus. Os 11 ministros do STF votaram contra esses pedidos.

Eles permitiram o evento, pois os jogadores serão submetidos a testes para diagnosticar infecção por covid-19 e a disputa não terá público. O Ministério da Saúde já havia definido que a vacinação dos atletas não será obrigatória. Pelo menos quatro seleções, entre elas, o Brasil, ainda não tomaram nem a primeira dose.

Empresas saem

Mesmo assim, três patrocinadores decidiram não associar suas marcas ao torneio: Mastercard, Ambev e Diageo (dona da Smirnoff e da Johnnie Walker). Na prática, os contratos não foram rescindidos, mas campanhas publicitárias e exposições dessas marcas serão evitadas. Especialistas opinam que o torneio perdeu parte do seu poder de atração por conta das controvérsias e das polêmicas.

Polêmica na seleção

O torneio trouxe uma crise inédita à Seleção Brasileira. Desde que o país foi anunciado como sede, houve uma cisão. De um lado, jogadores e comissão técnica reclamaram que não foram ouvidos. Do outro, a CBF, então presidida por Rogério Caboclo, falava do compromisso com o governo federal, principal avalista do torneio no país.

Entrevistas canceladas. Silêncio. O único a falar foi o capitão Casemiro, na última sexta-feira (11). Ele afirmou que todos sabiam qual era a posição dos atletas, mas não quis dizer qual era. Ficou no ar a ideia de um boicote à Copa América.

Na última terça (8), após a vitória sobre o Paraguai, o projeto de abandonar o torneio se dissipou totalmente. Os brasileiros divulgaram um manifesto genérico criticando a Conmebol. "Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira". Não ficou clara a razão da insatisfação do grupo. Mesmo contrariados, os atletas decidiram disputar o torneio.

Caboclo afastado

A ideia de abandono se dissipou depois que Caboclo foi afastado da presidência da CBF por causa de uma denúncia de assédio sexual e moral feita por uma funcionária da entidade. Grande parte do descontentamento dos atletas estava concentrada na figura do mandatário, que tratou os atletas como subordinados da CBF e quis controlar até o que eles diriam nas entrevistas.

Seleção vai bem

Mesmo com todo esse auê, Tite manteve o grupo das Eliminatórias. A única mudança é a saída do zagueiro Rodrigo Caio, do Flamengo, que havia sido convocado após lesão de Thiago Silva. O veterano do Chelsea voltou a treinar na sexta-feira (11). Esse grupo vem sobrando na disputa pela vaga para a Copa do Mundo, com seis vitórias nas seis rodadas iniciais. São seis pontos de vantagem para o segundo colocado.

Isso projeta um domínio avassalador no torneio? Não necessariamente. A Argentina, segunda força na tabela das Eliminatórias, tem motivações especiais. São 28 anos sem títulos, quase três décadas. E Messi está no meio dessa seca A Copa América é uma das últimas oportunidades de o astro conseguir um título com a seleção.

Disputa por posições

As últimas partidas mostraram que a Seleção Brasileira apresenta disputa por vagas em diferentes setores. Não se trata daquela clara busca por espaço como acontece nos clubes, mas não dá para cravar quem é o dono da posição. A dúvida começa no gol, entre Alisson e Ederson. No jogo com o Paraguai, o goleiro do Manchester City aproveitou sua facilidade na saída de bola e ajudou na estratégia de Tite. Foi bem. Alisson não havia comprometido na partida anterior, contra o Equador.

Na defesa, Thiago Silva está recuperado da lesão muscular sofrida na final da Liga dos Campeões e que o tirou das duas partidas das Eliminatórias. A tendência é que ele volte a ser titular, mas Militão e Marquinhos não deram dores de cabeça na parte defensiva e foram seguros na saída de bola.

No meio, Fred atuou nas últimas duas partidas. Douglas Luiz era o titular até a suspensão para o jogo contra o Equador. Por outro lado, há uma terceira opção: Paquetá atuou na função em parte dos dois jogos. No Paraguai, ele ainda definiu a vitória. São três disputando uma vaga.

No ataque a concorrência continua aberta. Tite costuma olhar o adversário para escolher seu camisa 9. Diante do Paraguai, começaram jogando Gabriel Jesus, que teve ótima atuação, e Roberto Firmino, mais discreto. Também recuperado de um problema muscular, Gabigol pode buscar outra chance.