Grupo de torcedores do Cruzeiro organiza protesto contra estatuto e apoiadores de Wagner

O grupo de torcedores “Nascidos Palestra Forjados Cruzeiro” marcaram na tarde desta quinta-feira uma nova manifestação, para este sábado (11), às 14h, em frente ao clube do Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Eles pedirão mudanças no estatuto celeste e expulsão no Conselho Deliberativo do grupo “Família União”, formado por apoiadores do ex-presidente Wagner Pires de Sá.

“Se você quer o Cruzeiro de volta, lute por ele! Estaremos mais uma vez, lutando para que o Cruzeiro volte para os braços do povo. Brigaremos sem cessar por mais transparência e principalmente pela mudança de estatuto. Saia de casa e lute conosco”, diz publicação do Nascidos Palestra Forjados Cruzeiro no Twitter.

O protesto é marcado horas após a saída de mais um membro do Núcleo Dirigente Transitório, comissão formada por empresários renomados para dirigir o clube até uma nova eleição, após a renúncia da diretoria comandada por Wagner. Nesta quinta-feira, o vice-presidente de futebol do clube, Pedro Lourenço, anunciou ter deixado o cargo.

Um dos argumentos de Pedro, dono do Supermercados BH, um dos principais parceiros da Raposa em contratações de jogadores, foi o documento que rege o clube. Em nota, ele afirmou que não compactua “com tamanhas incoerências na gestão, no estatuto, nos salários absurdos entre outras situações, que promovem um ambiente hostil, e desfavorece as mudanças emergências necessárias (sic)”.

No domingo (5), o então diretor-executivo cruzeirense, Vittorio Medioli, também abandonou a cadeira e, em sua coluna no jornal O Tempo, criticou a Carta Magna celeste. “O estatuto do clube é um conjunto Frankenstein de regras que atendem interesses miúdos, mesquinhos e de dominação de grupos. Não atendem a grandeza e solidez de suas finalidades. Privilegia mais o incompetente que se preste a atender interesses inconfessáveis de um estreito grupo. A reconstrução do Cruzeiro passa inevitavelmente pela elaboração de um estatuto coerente e alinhado com a realidade.”

O pedido pela expulsão de aliados de Wagner está relacionado às denúncias de que houve compra de votos durante a eleição e uso do clube para dar cargos remunerados a conselheiros.