Por Itasat
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em exclusiva entrevista à Itatiaia, antecipou que vai aprovar a proposta clube-empresa, aprovada pelo Congresso Nacional. Um dos interessados no projeto é o Cruzeiro. A diretoria celeste vê no modelo de gestão uma possível solução para a crise enfrentada pelo clube.
O presidente, se referindo ao próprio Cruzeiro, disse que "lamenta" a situação do clube, que atravessa a pior crise financeira e futebolística da sua história. "Pretendemos ajudar os times de futebol, dar liberdade a eles. Agora, tem certos clubes que se endividaram ao extremo. Vai ser difícil sair dessa crise", ponderou.
Bolsonaro também disse lamentar a situação de Vasco e Botafogo, clubes de expressão no futebol brasileiro que também enfrentam crises e estão na Série B do Campeonato Brasileiro.
O Projeto de Lei 5.516/2019, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi aprovado, inicialmente, no Senado Federal, e no último dia 14 passou pela Câmara. Agora segue para sansão de Bolsonaro. O texto estipula regras que permitem a transformação de clubes de futebol em empresas com a participação da iniciativa privada nos moldes da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
"Da minha parte, sem problemas [a aprovação]. Eu não tenho nada. Quero dar liberdade. Eu sou um presidente da República que não quer interferir, que não gosta de interferir em quase nada. Tem que dar liberdade à população para investir e poder levar para frente o empreendimento", afirmou.
Nesta semana, o presidente do Conselho Deliberativo, Nagib Simões, enviou aos conselheiros o edital de convocação para a reunião extraordinária que votará pela aprovação ou não da transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O encontro será dia 3 de agosto (terça-feira), das 18h30 às 20h30, no Parque Esportivo do Barro Preto.
No edital, o clube celeste traça os pontos de como se dará a implantação da SAF. O Cruzeiro será dividido em dois CNPJs: a associação esportiva e os eventuais investidores. A ‘Associação Cruzeiro’ será detentora de 100% do capital social da Sociedade Anônima mantendo os ativos intangíveis, como por exemplo, os direitos desportivos e propriedade intelectual, que estão sendo avaliados economicamente.
Será permitida a alienação de 49% do capital social a eventuais investidores, “fundamentada em avaliação de mercado realizada por empresa multinacional especialmente contratada para este fim, nos termos da legislação de regência, do estatuto da futura SAF, respeitado os ditames do Art. 1º, § 5, do Estatuto do Cruzeiro Esporte Clube”.
Com a criação da SAF, o Cruzeiro poderá contar com pessoas físicas, jurídicas e fundos de investimentos para participar da gestão, levantando recursos por meio da emissão de ações na Bolsa de Valores (B3), debêntures, títulos ou valor mobiliário. Tudo será regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).