RR MÍDIA 3
Coperlidere
Aceito negociar

Robertinho aponta suposto responsável por demissão e diz que aceitaria negociar e voltar

O treinador de goleiros disse entender como natural uma demissão

11/01/2020 08h30
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O ex-treinador de goleiros do Cruzeiro Robertinho afirmou na noite desta sexta-feira, em entrevista ao programa Bastidores, da Itatiaia, que o ex-vice-presidente de futebol celeste Márcio Rodrigues seria o responsável pela sua demissão, o que foi negado pelo ex-dirigente. Robertinho declarou que estaria aberto a uma negociação, mas que essa possibilidade sequer foi colocada pela Raposa, e que aceitaria voltar ao clube.

O treinador de goleiros disse entender como natural uma demissão, mas se queixa que isso poderia ter sido feito antes para que tivesse mais chances de conseguir outro emprego. Ele foi comunicado da decisão na segunda-feira (6), mas acredita que ela foi tomada em meados de dezembro, quando Márcio foi nomeado.

“Aí que começou a demissão. Eu tive a informação de que ele (Márcio) falou que não era para contar mais com o meu trabalho, que eu podia sair, que ele colocaria o treinador de goleiros do júnior no meu lugar, que, inclusive, era dez vezes melhor do que eu e ganhava muito menos e que, para chutar bola, qualquer um chutaria”, disse Robertinho.

Para o treinador de goleiros, tudo começou há alguns anos, quando Márcio, então responsável pelas categorias de base do clube, ligou para ele perguntando o que fazer com o goleiro Georgemy, que estava a um ano de completar a idade limite para atuar pelo júnior. “Eu respondi que o Georgemy é uma ótima pessoa, mas neste momento não tem vaga porque, para ele encaixar, eu preciso tirar um e eu não tenho um goleiro para tirar”, disse.

“Ele falou ‘bom falar com você, muito obrigado’. No dia seguinte, eu abri o jornal e vi que ele tinha renovado o contrato com ele por três anos. A partir daí, queria que eu o treinasse. Eu acho que o problema começou há cinco anos porque na primeira oportunidade que ele teve mandou cortar a minha cabeça. Eu acho injusto a pessoa estar escondida, não bota a cara, não dar entrevista a ninguém para esclarecer os fatos. Que a pessoa aparecesse e dissesse ‘fui eu que mandei’ [o Robertinho embora]”, criticou.

Ele também reclama que não foi chamado para negociar. “Eu simplesmente fui comunicado da minha demissão. Se o Cruzeiro passa por uma grave crise financeira e se eles me chamassem para conversar, certeza absoluta de que conversaríamos e entraríamos em um acordo, sem problema algum. Toparia [reduzir o salário] e já estava preparado para isso”, revelou.

O treinador de goleiros afirma que, diferente do informado pelo ex-diretor-executivo do Cruzeiro Vittorio Medioli, o salário dele é o comum para o cargo. Medioli declarou que Robertinho recebia cinco vezes mais do que o preparador do Flamengo. “Eu conheço todos os treinadores de goleiro do futebol brasileiro e sei quanto todos ganham. O meu salário é padrão dos grandes clubes brasileiros”, relatou.

“Essa notícia de que eu ganho esse salário exorbitante é mentira. Se eu ganhasse, aceitaria 70% de redução. Foi uma coisa plantada de alguém de dentro do Cruzeiro para tentar justificar uma atitude que teria no futuro”, declarou Robertinho, que disse que aceitaria voltar à Raposa. “Eu estou aberto. Aceito conversar com eles e qualquer outro clube que tiver interesse no meu trabalho.”

À Itatiaia, Márcio afirmou que quem demitiu o treinador de goleiros foi o Núcleo Dirigente Transitório, formado, inclusive, após a saída dele. Segundo o ex-vice-presidente de futebol, a decisão foi para cortar gastos devido à crise financeira do clube.

“No dia que ele foi demitido eu não estava como diretor de futebol mais. O que o Itair [Machado, ex-vice-presidente de futebol] fez não existe. Ele [Robertinho] ganhava R$ 40 mil e passou para R$ 80 mil. Não existe um preparador de goleiros ganhando o que ele estava ganhando, R$ 90 mil. A média no Brasil é de R$ 20 mil. É um bom profissional, não vamos desmerecer, mas um dos motivos da situação do Cruzeiro é isso, altos salários”, comentou.