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Tensão nos poderes

Luiz Fux tem reunião com Augusto Aras para tratar da crise com Bolsonaro

Tensão entre os Poderes aumentou nessa quinta-feira, quando Fux cancelou encontro

06/08/2021 09h42
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Por Itasat

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, deve se reunir nesta sexta-feira com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para tratar da crise com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A reunião está marcada para começar 12h.

Nessa quinta-feira (5), o ministro Luiz Fux confirmou o cancelamento do encontro que seria feito entre os chefes dos poderes. A reunião havia sido anunciada depois de Jair Bolsonaro, sem apresentar provas, ter feito críticas às urnas eletrônicas e defendido a volta do voto impresso nas eleições do ano que vem.

Fux e Bolsonaro tinham se reunido no dia 12 de julho. Porém, a postura do presidente da República permaneceu a mesma. 

No comunicado dessa quinta-feira (5), Fux afirmou que Bolsonaro tem "reiterado ofensas e ataques de inverdades" ao Supremo, em especial aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Mores, e destacou que, quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteiro. 

O ministro também afirmou que o presidente mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário. Pela internet, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o Supremo Tribunal Federal de exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa e manutenção da Democracia e do Estado de Direito”. 

Live 

Durante transmissão semanal pela internet, já na noite dessa quinta (5), Bolsonaro afirmou que os ministros do STF "não são os donos do mundo". Em seguida, defendeu o diálogo entre os Poderes da República e pediu paz e harmonia em vez de ódio. "Até em guerra os adversários conversam", justificou.

"Ele (Fux) tem razão em muita coisa. Até em guerra os comandantes adversários conversam, até para saber se o outro quer armistício. Da minha parte, conversar com vossa excelência, ministro Fux, está aberto o diálogo, sem problema nenhum", propôs Bolsonaro. "Meu dever, minha obrigação é trazer felicidade para o povo brasileiro. Não é medir forças entre eu e o Supremo. É fazer, todos nós, uma análise de consciência onde por ventura está errando", completou.

Após o tom conciliatório, Bolsonaro se alternou com críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, a quem se referiu como um "garoto mimado", por se opor à implementação do voto impresso. " 

Bolsonaro também pediu aos membros do Judiciário exercício de reflexão sobre os próprios "erros" e ressaltou que seus ataques não são direcionados a integrantes específicos da Corte, mas sim às decisões das quais discorda. No entanto, fez críticas com citações nominais.