Por Itasat
Em meio a aplicação da dose de reforço em idosos e imunossuprimidos, o infectologista Estevão Urbano, integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte, tira dúvidas sobre o tema.
Todos devem tomar a terceira dose?
Atualmente, a recomendação para aplicação no Brasil é apenas para idosos e imunossuprimidos que tenham completado seis meses da administração da segunda dose.
"Nos idosos, os níveis de imunidade têm reduzido depois de seis meses e os imunossuprimidos não produzem anticorpos suficientes com duas doses em comparação com os imunocompetentes", afirma.
"Em relação ao resto da população, há um grande debate sobre quem deveria se vacinar e quando, até porque existem milhões de pessoas no mundo inteiro que não tomaram a primeira dose. Existe a questão da dúvida quanto ao benefício e falta de vacinas para quem ainda não tomou a primeira doses", analisa.
Tipos de vacina
"O reforço não nos parece relacionado ao tipo de vacina, porque todas elas, com o tempo, vão declinar o nível de anticorpos", explica Estevão Urbano.
"Muito possivelmente, todas as pessoas que tomaram qualquer tipo de vacina terão as mesmas indicações. Aqui no Brasil, como a Coronavac foi a primeira a ser administrada e se passaram cerca seis meses agora, então os níveis de anticorpos estão mais baixos", pontua.
"Assim que o prazo de seis meses de outras vacinas for atingido, possivelmente, haverá a necessidade de terceira dose", prossegue. O especialista compara, ainda, que a administração da terceira dose é recomendada em países da Europa e nos Estados Unidos, onde foram administradas vacinas de alta tecnologia.
"Possivelmente, todos os que tomaram outras vacinas receberão a terceira dose no Brasil. Isso vale inclusive para a vacina de dose única Janssen", conclui.