Por Itasat
Pais e mães estão em alerta e, agora, escolas também passam a ficar atentas sobre a série Round 6, a mais assistida da história da plataforma de streaming, Netflix.
A produção é proibida para adolescentes menores de 16 anos, já que pode apresentar perigo, caso assistida sem a supervisão dos responsáveis, seguida de um diálogo aberto e crítico sobre a obra.
A série tem uma trama violenta, envolvendo centenas de pessoas muito endividadas e que são convidadas por uma gangue de agiotas a participarem de um jogo mortal, diante da promessa de ganharem muito dinheiro, caso sobrevivam há várias rodadas, que reproduzem versões muito sangrentas de brincadeiras infantis. Além disso, Round 6 tem conteúdos de violência explícita, tráfico de órgãos, cenas de sexo, tortura psicológica, suicídio e palavras de baixo calão.
Segundo Zuleica Reis, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais, a aliança entre a família e a escola pode ajudar nesse monitoramento de conteúdos impróprios, para que danos às crianças sejam evitados.
"A gente tem visto algumas crianças que já assistiram e outras que estão assistindo. A pandemia de covid-19 trouxe, também, o acesso muito fácil às redes sociais. As crianças e adolescentes têm ficado muito tempo com o celular, na frente de computador. Então cabe à escola também reforçar suas normas de acesso à tecnologia, e é bom que as famílias acompanhem", explicou.
Antônio Alvim, psiquiatra especializado em atender crianças, pontua que é preciso ter cautela para explicar às crianças porque se trata de um conteúdo impróprio.
"A primeira questão é ter muita cautela, porque temos que ter cuidado para não despertar nas crianças uma curiosidade que, até então, elas não tinham. A gente deve lembrar que a Round 6 tem uma indicação etária. Então, crianças e adolescentes não deveriam ter acesso a esse tipo de conteúdo. Se o adolescente já foi exposto a essa série, é sempre um momento importante para que os pais possam assistir junto aos filhos e explicar os valores da família", disse.
O psiquiatra também explica porque a produção da Netflix é atrativa para as crianças e adolescentes, mesmo se tratando de uma produção inadequada.