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ONU

ONU prevê muitos fenômenos meteorológicos extremos a partir de 2020

Últimos anos tiveram as temperaturas mais altas já registradas

16/01/2020 11h35
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Os anos de 2010 a 2019 foram os mais quentes já observados, alertou a ONU nesta quarta-feira, confirmando o inexorável aquecimento global da Terra, caracterizado pelo aumento de eventos climáticos extremos.

"Infelizmente, esperamos ver muitos eventos climáticos extremos em 2020 e nas próximas décadas, alimentados por níveis recordes de gases de efeito estufa que retêm calor na atmosfera", disse o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, em um comunicado.

A OMM acrescentou que suas análises confirmam a informação fornecida pelo monitor climático da União Europeia na semana passada, que mostra que no ano passado foi o segundo mais quente, depois de 2016.

Não há bons augúrios para 2020.

"O ano 2020 começou aí onde 2019 terminou, com acontecimentos meteorológicos e climáticos de forte impacto", como na Austrália, que "experimentou em 2019 seu ano mais quente e mais seco já registrado", acrescentou.

Este calor recorde "preparou o terreno a imensos incêndios que foram muito devastadores" na grande ilha continente, apontou.

Segundo o balanço oficial, esses incêndios provocaram a morte de 28 pessoas, destruíram mais de 2.000 casas e queimaram uma zona de 100.000 quilômetros quadrados, maior do que a superfície da Coreia do Sul, e perturbaram as classificações do Aberto da Austrália.

Globalmente, as temperaturas médias desses cinco e dez últimos anos foram as mais elevadas já registradas.

Desde os anos 1980, cada década foi mais quente do que a anterior, segundo a OMM, que acredita que essa tendência continuará.

Segundo a agência especializada da ONU, a temperatura mundial anual em 2019 superou em 1,1°C a média registrada na época pré-industrial (1850-1900).

"Segundo a trajetória atual das emissões de dióxido de carbono, nos dirigimos a um aumento da temperatura de 3 a 5 graus Celsius até o final do século", advertiu Taalas.

Acordo de Paris de 2015 busca limitar o aquecimento a +2°C ou 1,5°C, mas mesmo que os cerca de 200 países signatários respeitarem seus compromissos de redução de gás com efeito estufa, o aquecimento poderá superar os 3°C.

Os cientistas já demostraram que cada meio grau a mais aumenta a intensidade e/ou a frequência de cânulas, tempestades, secas ou inundações.

Apesar dessa constatação, a conferência climática da ONU (COP25), celebrada em dezembro em Madri, não esteve à altura da urgência climática, uma chance perdida segundo o secretário-geral da ONU António Guterres, que pede mais ambição na luta contra o aquecimento.

O aquecimento climático preocupa a ONU pois as temperaturas recorde não são o único problema enfrentado pela comunidade internacional.

Derretimento de geleirasníveis marítimos recordeacidificação e aumento do calor dos oceanoscondições meteorológicas extremas são alguns dos fenômenos que caracterizaram a década passada, segundo a OMM.