Já estão disponíveis, na manhã desta sexta-feira as notas das provas abertas e a pontuação na redação dos 5 milhões de estudantes que fizeram o Enem 2019. As notas estão disponíveis no endereço https://enem.inep.gov.br/participante e no aplicativo do Enem. O login é feito com o CPF e a senha cadastrada. Quem esqueceu o código pode recuperá-lo no próprio sistema.
O bom desempenho pode garantir vaga no ensino superior. Essa média é usada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que permite acesso a universidades públicas, ingresso direto em universidades particulares e financiamentos como o ProUni e o Fies.
Além disso, a nota do exame também é 'passaporte' para o ingresso em faculdades em Portugal. “Para o aluno que busca entrar no ensino superior, o Enem é o caminho mais interessante. Permite acesso ao ensino gratuito nas federais, às universidades particulares, aos programas de bolsas e ainda permite estudar fora do país”, afirma Marcelo Batista, professor de Redação do Bernoulli, do QI Pré-Vestibular e diretor da Qualoo Escola Criativa. O Sisu fica aberto para submissão das notas entre 21 e 24 de janeiro.
A ansiedade é tanta pelo resultado, que muitos estudantes só querem falar sobre o Enem depois de saberem se obtiveram bom desempenho. As redações são corrigidas por mais de 5 mil avaliadores, que leem até 200 por dia (vistas por dois deles), com o compromisso de analisar mais de 150 textos a cada três dias. Se a discrepância das notas for superior a 100 pontos, no total, ou 80 pontos em uma das cinco competências em jogo, um terceiro professor fará a correção. A nota final da redação é a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximam.
Já as questões de múltipla escolha são corrigidas com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI). Para saber o resultado final, porém, não basta somar o número de questões acertadas. Em cada uma das quatro áreas de conhecimento a nota final é calculada a partir de uma escala. O desempenho médio dos candidatos encontra-se no meio dessa régua, os 500 pontos. Dessa forma, as questões são têm pesos distintos. Nesse sentido, as perguntas situadas abaixo de 500 têm um nível de dificuldade menor para a maioria dos estudantes; as acima de 500, maior.
Confiança
O estudante Vitor Hamdan, de 19 anos, está superconfiante. No cursinho, se preparou por um ano. A primeira escolha é a Universidade Federal de Minas Gerais, mas caso a nota de corte não seja suficiente, olhará outras universidades públicas no estado e no Brasil. “Estou com muita expectativa com relação à redação”, afirma.
O acesso à maior parte das universidades federais, que deixaram o vestibular para trás, é por meio do Sisu. É preciso entrar no site do Sisu para se candidatar ao curso desejado, podendo optar por dois. Dia após dia há evolução das notas de corte. “É uma espécie de cotação. Muda diariamente. No dia da inscrição, aposta final. Se quiser, pode fazer no primeiro dia e não mexer de novo. Mas tem a opção de entrar nos outros dias, alterar a nota de corte e fazer modificação que ele quiser. À meia noite do dia 24, tudo definido”, ensina o professor.
Aplicação digital é a novidade em 2020
A partir deste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá aplicação digital. Com implantação progressiva, a previsão é que o novo modelo se consolide em 2026. Nesta fase piloto, os estudantes podem optar, no ato da inscrição, pelo modelo digital ou pela prova em papel. No primeiro ano de teste, o modelo digital será aplicado para 50 mil pessoas em 15 capitais, em dois domingos (11 e 18 de outubro), e os resultados serão divulgados de forma conjunta.
A mudança permitirá ao governo federal realizar o exame em várias datas ao longo do ano. O estudante poderá agendar. No ano passado, foram impressas 10,2 milhões de provas, a um custo de R$ 500 milhões. O governo aponta como vantagens do modelo digital a diversificação nas provas. As questões passam a ter vídeos, infográficos e até a lógica dos games. Também será possível aplicar o Enem em mais municípios.
O professor de redação do Bernoulli, do QI Pré-Vestibular e diretor da Qualoo Escola Criativa Marcelo Batista acredita que o modelo digital, com mais de uma aplicação no ano, trará benefícios aos estudantes. No entanto, projeta muitas dúvidas sobre como funcionará a prova. Uma das vantagens é a aplicação mais de uma vez no ano. “Ainda é preciso saber como a avaliação vai ser feita. Se terá um local específico, quais são os métodos de segurança que vão envolver esse processo para que não haja falha. Importante ter essa fase de teste”, diz.
CRONOGRAMA
Em 2021, serão realizadas duas aplicações digitais, em datas distintas, agendadas previamente, também opcionais. A edição servirá como aprimoramento do piloto. Permanecem a aplicação regular e a reaplicação em papel. De 2022 a 2025, o Enem Digital seguirá sendo aprimorado. A previsão do Inep é realizar até quatro aplicações digitais, em datas distintas, com agendamento prévio e ainda opcional para os participantes. Em 2026, a versão será só em formato digital, permitindo aplicações regulares ao longo do ano.