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Hemominas esclarece mitos e verdades sobre doação de sangue

Não importa saber ou não o próprio tipo sanguíneo

19/01/2020 10h45
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Não importa saber ou não o próprio tipo sanguíneo: pessoas de ambos os sexos, de 16 a 69 anos, peso superior a 50kg e não portadoras de doenças crônicas geralmente estão aptas a doar sangue. 

Em todas as unidades da Fundação Hemominas, a necessidade de estoque é constante. De acordo com atualização publicada nessa quarta-feira (15), o estoque de sangue tem status de alerta de bolsas dos tipos O (+), O (-), A (-) e AB (-) e crítico do tipo B (-). A proximidade do fim do período de férias e do Carnaval interfere na necessidade de mais estoque, já que a presença de doadores cai nos meses de festas e férias escolares, enquanto a demanda aumenta devido a acidentes e outros eventos. 

Em 2019, 348.158 mil cidadãos foram às unidades do Hemominas para doar sangue. Muitos deixam de ir por desconhecimento das condições e restrições para se tornar um doador. Muitas vezes, mitos impedem o ato de amor e solidariedade que pode salvar vidas.

Diretora técnico-científica da Fundação Hemominas, Maísa Ribeiro destaca as principais dúvidas a respeito do tema. “O principal desconhecimento da população diz respeito a estar ou não apto a doar diante do uso de medicamentos, ter tatuagem ou piercing, após o retorno de viagens e ou ser submetido a procedimentos estéticos. Também há dúvidas sobre problemas de saúde crônicos como hipertensão, diabetes ou hipotireoidismo. Ressaltamos que todas elas podem ser esclarecidas antes da doação, no site do Hemominas e ou pelos telefones das unidades”.

A seguir, uma lista de dúvidas comuns respondidas pela médica:

Quem já teve hepatite pode doar sangue?

Não poderá doar sangue o candidato que teve hepatite viral após 11 anos de idade (exceto para caso de comprovação de hepatite A aguda com IgM reagente, à época do diagnóstico clínico). Essa recomendação se justifica pelo fato de as hepatites virais com potencial para cronicidade ocorrerem principalmente após a infância. 

O que impede a doação?

Peso inferior a 50kg, uso de medicamentos (antibióticos ou anti-inflamatórios, por exemplo), doenças crônicas, tatuagem recente, piercing na boca e comportamento para risco acrescido de doenças sexualmente transmissíveis. Os detalhes estão bem especificados no site da fundação. 

Por que peso inferior a 50kg inviabiliza a doação?

O volume de sangue a ser coletado é diretamente relacionado ao peso do doador. Para os homens, não pode exceder a 9ml/kg e, para as mulheres, a 8ml/kg peso.  O volume de anticoagulante da bolsa é padronizado para um mínimo de 400ml de sangue (quantidade suficiente para se ligar ao sangue e impedir a coagulação). Assim, a pessoa com menos de 50 kg não poderá doar esse volume mínimo de sangue.

Ter tido doenças como catapora e sarampo ao mesmo tempo inviabiliza a doação?

Não. Após a vacina contra sarampo e/ou catapora se deve aguardar quatro semanas para a doação. 

Fazer sexo com um parceiro apenas, mas sem uso de preservativo, inviabiliza a doação? 

Pessoa com parceiro sexual fixo nos últimos 12 meses, mesmo sem uso de preservativo, pode se candidatar a doar. No entanto, deve-se levar em conta o contexto da relação e outras variáveis como o parceiro do candidato à doação não ter outros parceiros sexuais. Caso o candidato à doação de sangue tenha um parceiro sexual fixo, mas este tenha relação com outras pessoas, ele estará inapto para doação de sangue devido ao comportamento de risco do parceiro.

Quanto tempo é necessário esperar entre uma doação e outra?

Mulheres podem doar sangue com um intervalo de 90 dias entre uma doação de sangue total e outra, e até no máximo três vezes em um ano. Homens podem doar sangue com um intervalo de 60 dias entre uma doação de sangue total e outra, até no máximo quatro vezes por ano. 

É possível  doar sangue após passar por cirurgias?

Depende do porte da intervenção. Geralmente, cirurgias de pequeno porte vão inaptar o candidato à doação por três meses ou menos. As normas para cirurgias de médio e grande porte dependem do local da cirurgia e do motivo dela. Essas exigirão tempo geralmente acima de seis meses. Por exemplo, cirurgias cardíacas são causas de inaptidão definitiva para a doação de sangue, visando à proteção da saúde do candidato.

A mulher deve esperar quanto tempo para doar após dar à luz?

Parto normal após três meses e cesáreo após seis meses. A amamentação impede a doação até a suspensão ou até 12 meses após o parto. 

O tabagismo inviabiliza a doação?

Não, mas o que recomendamos para diminuir a repercussão dos efeitos do cigarro junto aos prováveis efeitos da doação de sangue é evitar fumar antes e após a doação. Não há consenso do tempo ideal. A Fundação Hemominas não restringe, mas acha prudente o tabagista evitar fumar duas horas antes e até duas horas depois da doação. O fumante somente estará apto à doação de sangue se não tiver doenças pulmonares relacionadas ao cigarro e durante a avaliação clínica na triagem não houver alterações na ausculta pulmonar.

O uso de álcool e ou de drogas ilícitas impede a doação?

A ingestão de álcool na dose máxima de 40g impede a doação por 12h. Consumo em dose superior impedirá a doação por 24h. O usuário de maconha poderá se candidatar à doação de sangue 12h após o consumo. O uso de cocaína por via nasal (cheirar) é causa de exclusão da doação por 12 meses, contados a partir da data da última utilização (em virtude da possibilidade de transmissão de agentes infecciosos também por esta via). O uso de drogas injetáveis ilícitas (ilegais) é impede a doação, pois é relacionado à aquisição de doenças infecciosas e transmissíveis pelo sangue. O uso de outras drogas será avaliado na consulta.

Há diferença na necessidade de um ou outro tipo sanguíneo ou todos são bem-vindos e importantes? 

Todos os tipos sanguíneos são bem-vindos. O tipo O negativo é o doador universal, sendo muito usado em emergências médicas e não é muito prevalente na população, sendo o tipo sanguíneo mais necessário no banco de sangue. Sempre precisamos dos tipos sanguíneos negativos (de qualquer grupo). É importante lembrar que os tipos mais prevalentes na população (O+ e A+) também são largamente usados. A  Hemominas atualiza o seu estoque diariamente no site e incentiva o doador a consultá-lo antes de agendar sua doação ou ir ao hemocentro. Essa conscientização dos grupos sanguíneos racionaliza a coleta, o uso e evita desprezos de excessos de determinados grupos que não são tão usados na prática clínica.

Outras dúvidas podem ser esclarecidas no site da Hemominas, na seção critérios e restrições.