Por Itasat
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu o comentário de Biden como "inaceitável"
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de "ditador assassino" e "bandido" nesta quinta-feira, 17, em mais uma escalada na retórica em referência ao líder russo por conta da invasão da Ucrânia. Ontem o democrata havia dito que Putin era um "criminoso de guerra".
Em evento anual em homenagem à Irlanda, Biden enfatizou que Washington e aliados europeus estão "unidos" contra Moscou. Na visão dele, Putin promove uma "guerra imoral" em território ucraniano.
Mais cedo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu como "inaceitável" o comentário de Biden de que o presidente russo seria um criminoso de guerra.
Já o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, estimou nesta quinta-feira (17), que os ataques russos contra civis na Ucrânia constituem crimes de guerra, e acusou Moscou de não fazer "esforços significativos" na frente diplomática.
"Apontar intencionalmente contra civis é um crime de guerra. Depois de toda a destruição das últimas semanas, é difícil para mim concluir que os russos estão fazendo o contrário", disse Blinken durante uma coletiva de imprensa, na qual esclareceu que o processo legal para uma acusação formal ainda estava em curso.
O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou ontem o presidente russo, Vladimir Putin, de "criminoso de guerra", acusação que Moscou classificou de "inaceitável e imperdoável".
"Ontem, o presidente Biden disse que, para ele, crimes de guerra haviam sido cometidos na Ucrânia. Pessoalmente, eu concordo", disse Blinken. "Nossos especialistas estão documentando e analisando possíveis crimes de guerra cometidos na Ucrânia", acrescentou, prometendo compartilhar o fruto desse trabalho com investigações internacionais destinadas a encontrar "responsáveis".
Questionado sobre as negociações entre Rússia e Ucrânia, que seguem paralelamente ao conflito, o secretário de Estado não escondeu seu ceticismo. "Por um lado, parabenizamos a Ucrânia por estar na mesa de negociações, apesar de estar sob bombardeio a cada minuto do dia", disse. "Ao mesmo tempo, não vi nenhum esforço significativo da Rússia para pôr fim a essa guerra por meio da diplomacia."
Após uma reunião em Roma entre representantes dos EUA e da China, e na véspera de um telefonema entre o presidente Biden e seu par chinês, Xi Jinping, Blinken elevou significativamente o tom sobre Pequim: "Preocupa-nos que estejam planejando ajudar diretamente a Rússia com equipamento militar que seria usado na Ucrânia. O presidente Biden falará com o presidente Xi amanhã e deixará claro que a China assumirá a responsabilidade por qualquer ação para apoiar a agressão da Rússia."
Blinken reiterou que a China tem "a responsabilidade de usar sua influência junto ao presidente Putin e defender as regras e os princípios internacionais que diz defender. Mas ao contrário, parece que a China vai na direção contrária ao se negar a condenar essa agressão, enquanto insiste em se apresentar como um árbitro neutro", lamentou.