Por Itasat
A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária da diretora da Escola Infantil Colmeia Mágica, na região leste da capital, onde a polícia investiga denúncias de tortura contra crianças.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pelo menos quatro crianças chorando, sentadas em cadeirinhas, com os braços presos com lençóis, em uma espécie de camisa de força.
Funcionários disseram em depoimento que a ordem de amarrá-las partiu da diretora Roberta Regina Rossi Serme, de 40 anos. Ela chegou a dizer que as imagens foram forjadas, mas depoimentos de mães e funcionários apontaram diversas suspeitas de maus tratos.
A prisão foi pedida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de SP.
Até o momento, a suspeita não foi localizada. À Folha de São Paulo, o advogado André Dias afirmou que Roberta está em um "lugar seguro" e que não comentaria a decisão judicial.
O caso, que começou a ser investigado como maus-tratos, escalou para suspeitas de tortura e associação criminosa.
Trauma
A escola investigada atende crianças entre 1 a 6 anos (do berçário ao Jardim 2). Uma mãe, que identificou seu filho no vídeo, prestou depoimento à polícia e afirmou que o menino está traumatizado. “Identifiquei meu filho em dois vídeos. No primeiro, ele estava em um banheiro com mais quatro crianças amarradas, e, no segundo, estava chorando com mais três bebês em uma sala no escuro”, afirmou ao portal G1.
Segundo com a mulher, o filho vem apresentando comportamentos diferentes, além de dificuldade para dormir devido ao trauma sofrido. “Vem apresentando um nervosismo intenso, dificuldade para dormir, ele chora quando vamos colocar ele na cadeirinha do carro, sabe. Nós achávamos que era de desenvolvimento dele, mas hoje, com todas essas informações, sabemos que é devido à forma que ele era tratado. Ele estudava lá desde os 11 meses”, contou.
Uma outra mulher, mãe de uma menina de 1 ano e 4 meses, falou sobre castigos. “Algumas professoras informaram que as crianças passavam o dia todo de castigo na sala dela [da diretora]” e que ” as crianças que estavam fazendo o desfralde ficavam trancadas no banheiro por horas”.