Por Itasat
Julgado pela morte do garoto Paulo Pavesi, de 10 anos, que não resistiu aos ferimentos após cair de uma altura de dez metros em abril de 2000, o médico Álvaro Ianhez foi condenado a 21 anos e oito meses de prisão nessa terça-feira (19), depois de ser acusado de matar e retirar ilegalmente os órgãos da criança. O caso aconteceu na cidade de Poços de Caldas, no Sul de Minas, e a defesa afirma que irá recorrer da decisão.
De acordo com o Ministério Público, a criança estava em estado grave, mas teve os órgãos retirados ainda viva para a doação e teve a morte cerebral forjada pelos médicos.
Álvaro Ianhez acompanhou o julgamento à distância por videoconferência, em São Paulo, e, agora, tem um mandado de prisão expedido, já que a Justiça negou o seu direito de recorrer em liberdade.
Dino Miraglia, assistente de acusação, fez uma avaliação da decisão da Justiça.
“É uma resposta que, finalmente, o Poder Judiciário está dando para um pai sofrido, que vem brigando desesperadamente para que isso acontecesse. Os recursos que foram até agora apresentados estão absolutamente protelatórios e não tem isso de diminuir pena e muito menos desse mandado de prisão não ser cumprido. A gente vai fazer de tudo para ser cumprido, porque, diferente dos outros médicos, eles vieram encarar o júri, saíram daqui presos e, depois de presos, obtiveram uma ordem de habeas corpus. Ele, não. Ele não apareceu, se escondeu atrás do monitor, riu, debochou de todo mundo, está saindo condenado a quase 22 anos de cadeia e nós sofremos de tudo pra esse mandato de prisão ser cumprido”, analisou Dino Miraglia.
Luiz Chimicatti, defensor de Álvaro Ianhez, afirma que irá recorrer da sentença.
“Respeitamos a decisão dos jurados, mas entendemos que a decisão é manifestamente contrária à prova dos áudios, e vamos recorrer e tentar que o tribunal anule esse julgamento para que possam ser novamente apresentadas as provas”, ponderou.
“Entendemos que a Constituição privilegia o direito de recurso em liberdade e não há sentido que cumpra-se a pena antecipadamente. Nós vamos buscar os bens legais para isso”, concluiu Chimicatti.