Por Itasat
A estatal russa Gazprom confirmou nesta quarta-feira (27), que suspendeu o fornecimento de gás para Polônia e Bulgária, por falharem em pagar pelo produto em rublos, como exigido por Moscou.
Em comunicado, a Gazprom disse que a suspensão para a búlgara Bulgargaz e a polonesa PGNiG ficará em vigor até que pagamentos por gás fornecido desde 1º de abril sejam efetuados em rublos, como determinado pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 31 de março.
A companhia de gás também ressaltou que Bulgária e Polônia são Estados de trânsito. "Em caso de retirada não autorizada de gás russo de volumes de trânsito destinados a outros países, o fornecimento de trânsito será reduzido por este volume", alertou a Gazprom.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse hoje (27), que a Rússia poderá cortar o fornecimento de gás natural para outros clientes europeus, além de Polônia e Bulgária, caso eles também se recusem a pagar pelo produto em rublos.
Peskov argumentou que a decisão de Moscou de exigir pagamento em rublos é consequência de iniciativas do Ocidente de congelar ativos cambiais da Rússia. Segundo o porta-voz, os ativos foram efetivamente "roubados" por países ocidentais, numa "inédita ação não amigável".
O porta-voz disse que a recusa de alguns países de mudar os contratos de gás para rublos reflete um desejo do Ocidente de "punir a Rússia a qualquer custo, em detrimento de seus próprios consumidores, contribuintes e produtores".
Peskov também rejeitou a descrição da União Europeia de que o corte de gás a Polônia e Bulgária foi uma "chantagem". "A Rússia continua sendo um fornecedor confiável de recursos de energia" e cumpriu suas obrigações contratuais, afirmou o porta-voz.