O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, passou a ser mais cobrado após o rebaixamento do clube para a Série B do Campeonato Brasileiro. Depois de dizer nesta segunda-feira, em entrevista ao site Globoesporte.com, que ‘está pensando seriamente’ em renunciar, o mandatário celeste, deu outra versão e disse que deixar o cargo ‘não passa pela cabeça’.
No entanto, Wagner Pires ressaltou que pode conversar com os conselheiros que lhe apoiam para saber se a sua saída da presidência é a solução para o clube.
“Renúncia é um termo muito forte para a minha concepção, para a minha índole. A renúncia, só se for de excelente qualidade para o Cruzeiro, ou seja, se houver alguma solução melhor para o Cruzeiro. Porque eu só penso no Cruzeiro, eu não ganho do Cruzeiro, não tenho necessidade, não tenho nenhuma pretensão política, o Cruzeiro não faz à minha empresa nenhum benefício. Porque tem gente que, para ser presidente do Cruzeiro, acha que vai melhorar, por exemplo, a banca de serviços dele, a banca de advogados, uma banca de prestadores de serviço. Não é o meu caso, porque eu só trabalho com multinacional”, disse.
“Isso (renunciar) não passa pela minha cabeça. Agora, como eu tenho um diálogo muito bom com os meus conselheiros, os cerca de 300 que hoje me apoiam, (vou perguntar para eles) se acham que isso (renunciar) é conveniente, se existe uma solução. Porque a solução do Cruzeiro hoje é dinheiro, nós precisamos de dinheiro”, acrescentou.
O dirigente celeste também reclamou de promessas que não teriam sido cumpridas logo após a demissão de Itair Machado e a chegada de Zezé Perrella no comando do futebol, em outubro. De acordo com Wagner, o presidente do Conselho Deliberativo assumiu o cargo de gestor do futebol dizendo que viriam recursos para pagar salários atrasados do elenco, mas somente Pedro Lourenço, dono da rede Supermercados BH e um dos patrocinadores do clube, contribuiu.
“Quando eu fiz todas as reformas e mudei dirigentes, colocando o Zezé Perrella à frente do futebol como um colaborador, é porque ele (Zezé) nos disse que junto com ele viriam recursos capazes de tirar o Cruzeiro desta situação. Infelizmente, foi só uma contribuição, a dada pelo Pedro Lourenço, que mesmo antes da chegada do Zezé já havia nos alentado com a possibilidade de ser o patrocinador máster do Cruzeiro”, declarou.
Agora, segundo Wagner Pires, o Cruzeiro não tem mais dinheiro, só se algum jovem jogador for negociado. Vale ressaltar, que a atual diretoria já antecipou a cota de TV até 2021 e o clube ganhará na Série B bem menos do que os R$ 22 milhões fixos recebidos pela participação na Série A deste ano.
“Tirando essa ajuda dada pelo Pedro, com esse patrocínio, não tivemos mais nenhum recurso extra. Tudo o que conseguimos são coisas que fizemos no passado. Inclusive, a última folha foi paga com a venda de um dos nossos jogadores ao Grêmio há algum tempo. Hoje, estamos praticamente impossibilitados de termos recursos a curto prazo, a não ser com a venda de jogadores. Agora, quem vamos vender? A nossa prata da casa, aqueles que vão defender as nossas cores? Então, estamos ficando em uma situação muito difícil”, afirmou.
“O problema do Cruzeiro continua sendo recursos. Nós não temos esses recursos. Infelizmente, a ajuda que nos foi prometida até agora não chegou”, finalizou.