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Coronavírus

China isola cidade de Wuhan, origem da epidemia que já deixou 25 mortos

O total de pessoas afetadas já é superior a 610. Duas cidades chinesas estão atualmente em quarentena

23/01/2020 13h43
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China iniciou nesta quinta-feira a proibição de saída de trens e aviões da cidade de Wuhan, origem da epidemia provocada por um novo coronavírus, isolando milhões de habitantes na tentativa de conter a pneumonia que já matou 25 pessoas.

Pouco antes do começo da quarentena envolvendo a enorme cidade, na manhã desta quinta-feira, se formaram longas filas de veículos nas rodovias, enquanto peritos checavam a temperatura das pessoas que partiam da cidade.

Agentes da polícia, com máscaras de proteção, patrulhavam a principal estação de trens de Wuhan pouco antes do início do bloqueio.

O isolamento começou às 10H00 (23H00 Brasília de quarta) e tem como objetivo "conter de forma decisiva a propagação" do vírus, informou o centro de controle especial da cidade.

O número de mortes decorrentes de infecção aumentou para 25, segundo informaram hoje autoridades chinesas. O total de pessoas afetadas já é superior a 610. Duas cidades chinesas estão atualmente em quarentena.

 Além da Wuhan, também foi isolada Huanggang, a cerca de 65 quilômetros.

A preocupação com a progressão do vírus, além da ameaça de tarifação americana em carros europeus se fez sentir nas bolsas de valores europeias. Paris fechou em queda de 0,58%, a 6.010,98 pontos; Frankfurt caiu 0,30%, fechando a 13.515,75 pontos, e Londres perdeu 0,51%, a 7.571,92 pontos.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou na quarta que as medidas tomadas pela China na cidade de Wuhan irão diminuir os riscos de contaminação mundial.

Ainda em comentário sobre as medidas tomadas pelo governo chinês sobre a cidade epicentro do vírus, Ghebreyesus ressaltou que são "medidas muito corretas". Ele informou que a OMS ainda não está pronta para decidir se o novo surto do vírus na China, que se estendeu para outros países, constitui uma emergência internacional, motivo pelo qual o comitê de especialistas prorrogará suas sessões por mais um dia.

O vírus apareceu no mês passado na cidade de Wuhan e já chegou a vários países da Ásia e até mesmo nos Estados Unidos, que registrou um primeiro caso.

Na quarta, Hong Kong também informou um primeiro caso suspeito, o de um homem que chegou à cidade procedente de Wuhan.

A secretária de Saúde, Sophia Chan, disse que um homem de 39 anos teve resultado positivo para infecção pela vírus em um exame preliminar, mas que o resultado final sairá apenas nesta quinta-feira. O indivíduo foi isolado em um hospital.

O presidente chinês, Xi Jinping, assegurou por telefone a seu colega francês, Emmanuel Macron, que a China adotou "medidas de prevenção e de controle", garantindo que seu país "está disposto a trabalhar com a comunidade internacional para responder de forma eficaz à epidemia".

Mais cedo, durante uma coletiva de imprensa em Pequim, o vice-ministro da Comissão Nacional da Saúde, Li Bin, ressaltou que o vírus, que é transmitido pelo trato respiratório, "pode sofrer mutações e se espalhar mais facilmente".

Depois de aparentemente ignorar o vírus surgido no mês passado, os chineses pareciam estar cientes do risco nas principais cidades do país, onde muitos moradores usavam máscaras respiratórias.

Ventilação, desinfecção

Quase metade das províncias do país está em alerta, incluindo megalópoles como Xangai e Pequim.

Também foi detectado um caso em Macau, capital mundial dos jogos de azar, onde os funcionários dos cassinos são obrigados a usar máscaras.

Repetindo um pedido do presidente Xi Jinping para "deter" a epidemia, Li anunciou medidas preventivas, como ventilação e desinfecção em aeroportos, estações ferroviárias e shopping centers.

Sensores de temperatura corporal também serão instalados em locais movimentados, disse ele.

Muitos países com ligações aéreas diretas ou indiretas com Wuhan, cidade onde a doença surgiu, reforçaram o controle de passageiros, tirando proveito de sua experiência com a epidemia de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2002-2003, um vírus da mesma família.

Depois do Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Taiwan, os Estados Unidos anunciaram o primeiro caso da doença na terça-feira.