Com Itasat
Sete pessoas são esperadas para prestarem depoimentos no segundo dia de julgamento dos réus do Caso Backer. De acordo com o Fórum Lafayette, todas elas são testemunhas de acusação. Os depoimentos dão continuidade as oitivas realizadas nesta segunda-feira (23), quando quatro vítimas e dois técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foram ouvidos.
A sessão de hoje ocorre a portas fechadas e não foi permitida a entrada de jornalistas e fotógrafos para fazer imagens do julgamento.
O julgamento segue pelos próximos dias, quando o juiz deve dar a sentença para os 10 réus que respondem ao processo - incluindo os três sócios da Cervejaria Backer.
Relembre o caso
No início de 2020, pacientes começaram a manifestar sintomas de uma síndrome nefroneural, que provocava insuficiência dos rins e problemas neurológicas. Uma investigação da Polícia Civil constatou que os problemas de saúde estavam relacionados ao consumo de cervejas da Backer - em especial a Belorizontina - contaminadas com uma substância tóxica conhecida como dietilenoglicol.
Dez pessoas morreram e 19 tiveram complicações de saúde relacionadas ao consumo das bebidas.
A fábrica da Backer foi interditada e a cervejaria ficou impedida de funcionar até este ano, quando a empresa recebeu aval do Mapa para voltar a envasar em determinados tanques.
Réus
Ao todo, 10 pessoas respondem, na Justiça pelos casos de contaminação. O responsável técnico Paulo Luiz Lopes também foi denunciado, mas morreu antes do julgamento.
Os sócios Haya Khalil Lebbos, Munir Khalil Lebbos e Ana Paula Lebbos foram denunciados com base no artigo 272 do Código Penal, que trata como crime "fabricar, vender, expor à venda, importar, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribuir ou entregar a consumo substância alimentícia ou produto falsificado, corrompido ou adulterado".
Outras seis pessoas foram denunciadas de homicídio culposo e lesão corporal culposa e também responderão ao mesmo crime imputado aos sócios da cervejaria. São eles: Ramon Ramos de Almeida Silva, Sandro Luiz Pinto Duarte, Christian Freire Brandt, Adenilson Rezende de Freitas e Álvaro Soares Roberti e Gilberto Lucas de Oliveira.
O 10º réu é Charles Guilherme da Silva, denunciado por crime de falso testemunho. Ele trabalhava em uma fornecedora da Backer e alegou que a empresa para a qual trabalhava teria boicotado a cervejaria, o que não se confirmou.