Com Itasat
O cirurgião-plástico Bolívar Guerrero Silva preso suspeito de manter uma paciente em cárcere privado por quase dois meses após um procedimento estético que deu errado em um hospital particular na Baixada Fluminense, responde a pelo menos 19 processos na Justiça.
Essa é a informação divulgada pelo g1 nesta terça-feira (19).
Ele foi preso na tarde de ontem por policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias.
Parentes da vítima contaram à polícia que ela passou por uma abdominoplastia em março deste ano, e voltou para novas cirurgias em junho, mas sofreu complicações do procedimento. Os policiais investigam se o médico e a equipe dele teriam impedido que ela fosse transferida a outra unidade de saúde.
Além da prisão do médico, a PC esteve no hospital para cumprir mandado de busca e apreensão, e resgatar a paciente de lá.
O suspeito, que também administra a unidade, não concedeu entrevista ao ser conduzido. Antes de sair, os agentes fizeram imagens que comprovam o estado de saúde da mulher.
Alvo de operação e morte de paciente
Bolivar conta com quase 40 mil seguidores e se apresenta como 'especialista em cirurgia estética e reparadora' .
Em 2010, a Polícia Civil deflagrou a Operação Beleza Pura, que terminou com a prisão de oito médicos, entre eles o cirurgião equatoriano.
Ele foi acusado de aplicar um medicamento para preenchimento facial sem registro na Anvisa, além de outros falsificados.
De acordo com a reportagem, uma mulher morreu durante uma lipoescultura, em 2016, realizada pelo médico. Na época, familiares o acusaram de negligência.
O que diz o hospital
"Hospital Santa Branca Ltda. vem através de sua diretoria em atenção aos comunicados veiculados nas mídias escritas, narradas e digitais manifestar-se publicamente sobre acusações infundadas de CÁRCERE PRIVADO no interior das suas dependências.
Tal crime decorre do verbo encarcerar, que significa deter, ou prender alguém indevidamente e contra sua vontade. No crime de cárcere privado, a vítima quase não tem como se locomover, sua liberdade fica restrita a um pequeno espaço físico, como um quarto ou um banheiro.
Com 43 anos de funcionamento, essa Unidade desconhece tal prática dentro do seu estabelecimento, sempre buscando zelar pela saúde física e mental de seus pacientes, prezando pelo direito de ir e vir dos mesmos, amparado por um equipe multidisciplinar profissional, centros cirúrgicos e CTI com 20 leitos operando 24 horas por dia. Nossas salas cirúrgicas são locadas.
Repudiamos quaisquer práticas criminosas que nos foram indevidamente atribuídas! Tal acusação é absurda!
Além disso, o Dr. Bolivar Guerrero não pertence ao quadro societário desta empresa, como descrito pela imprensa."
Tentamos contato com a defesa do médico. A matéria será atualizada caso o posicionamento seja encaminhado.