Com Itasat
Margarida Bonetti, que passou a ser conhecida como "A Mulher da Casa Abandonada", se negou a abrir a mansão em que mora para a entrada de policiais civis. Na tarde desta quarta-feira (20), a entidade cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel, sob suspeita que a moradora seria vítima de abandono de incapaz.
A mulher ganhou notoriedade com a áudio série produzida pelo jornalista Chico Felitti, da Folha de São Paulo. O trabalho do repórter mostrou a denúncia de que Margarida e o marido teriam deixado a empregada doméstica da casa em que moravam, nos Estados Unidos, em condições análogas à escravidão por anos. O julgamento aconteceu no fim dos anos 1990, e apenas Renê Bonetti foi condenado, uma vez que a então esposa fugiu para o Brasil.
Desde àquela época, Margarida não foi mais encontrada pela Justiça, até começar o trabalho investigativo de Felitti. Desde o retorno ao país, ela mora em uma mansão no bairro de Higienópolis, um dos mais ricos de São Paulo e do Brasil, mas em péssimas condições de conservação.
Nesta tarde, investigadores foram até o endereço com peritos para tentar constatar o abandono de incapaz, mas Margarida inicialmente se negou a abrir a porta. Ela exigiu acesso ao mandado judicial e queria orientação de um advogado, mas por conta da demora, os agentes tentaram arrombar a porta, sem sucesso.
Delegados contaram ao Portal UOL que a mulher colocou móveis para impedir a entrada, e tentou empurrar as pessoas para fora. Elas então precisaram entrar por uma janela, que foi aberta à força.
Dentro do imóvel, foram relatadas péssimas condições de conservação e um ambiente insalubre. Havia muito lixo e acúmulo de sujeira pela casa, sem contar os animais, que estariam desnutridos, e foram retirados por ativistas.