Com Itasat
O rei Charles III fará nesta sexta-feira (9), seu primeiro discurso aos britânicos, muito abalados com a morte de Elizabeth II, que encerrou um reinado histórico de 70 anos.
Elizabeth faleceu na quinta-feira aos 96 anos no castelo escocês de Balmoral, após um ano de crescentes problemas de saúde.
Os súditos seguiram para o Palácio de Buckingham em Londres para homenagear a soberana, enquanto as mensagens de condolências chegavam de todo o mundo.
Fotografias de uma sorridente Elizabeth II em várias etapas de sua vida estão nas primeiras páginas dos jornais britânicos nesta sexta-feira. "A dor é o preço que pagamos pelo amor", afirma o Daily Telegraph.
"Eu a amava. Era a única autoridade digna do nome que restava no país", lamentou Paul White, de 48 anos, no metrô de Londres. "Charles III (...) terá dificuldade para reinar depois dela, mas vou apoiá-lo e a sua família".
Aos 73 anos, Charles é o monarca mais velho a assumir o trono do Reino Unido. Nesta sexta-feira ele deve deixar Balmoral, a residência escocesa onde morreu sua "amada mãe", e seguir para Londres.
"Durante este período de luto e mudança, minha família e eu nos sentiremos confortados e apoiados por nosso conhecimento do respeito e do profundo afeto do qual a rainha gozava", escreveu em um comunicado.
As homenagens vieram de todas as partes do mundo. A Torre Eiffel apagou as luzes em recordação à monarca, enquanto o Empire State de Nova York foi iluminado com as cores roxo e prata.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou uma "estadista de dignidade e constância inigualáveis". O chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, disse que Elizabeth II tinha "autoridade" no mundo.
Discurso do rei
A Casa Real ainda deve confirmar a agenda dos próximos dias, mas os principais eventos são conhecidos.
O primeiro discurso de Charles, pré-gravado, deve ser exibido na sexta-feira à noite, como parte de 10 dias de planos que foram ajustados durante décadas pela Casa Real e o governo britânico.
O novo rei deve ter a primeira audiência com a primeira-ministra, a conservadora Liz Truss, nomeada pela rainha Elizabeth II na terça-feira em um de seus últimos atos oficiais.
"Oferecemos (a Charles) nossa lealdade e devoção, assim como sua mãe dedicou tanto a tantos durante muito tempo", disse Truss na quinta-feira em um discurso em Downing Street.
Como parte de sua agenda, Charles III também deve se reunir com os funcionários responsáveis pelos preparativos do grande funeral de Estado de sua mãe, que terá a presença de monarcas, chefes de Estado e chefes de Governo de todo o mundo.
Nesta sexta-feira serão disparadas 96 salvas de canhão. As igrejas, capelas e catedrais devem tocar os sinos a partir do meio-dia e as bandeiras serão hasteadas a meio mastro para marcar o luto.
Charles será proclamado formalmente rei no sábado por um conselho formado por autoridades políticas, religiosas, altos funcionários da 'City' de Londres e embaixadores da 'Commonwealth'.
Última viagem
O caixão de Elizabeth II deve viajar nos próximos dias da Escócia para Londres: ela será velada, homenageada e enterrada em um funeral de Estado que não deve ocorrer antes de 10 dias.
A rainha chegou ao trono com apenas 25 anos e seus 70 anos de reinado registraram vários recordes.
Após a grande popularidade de Elizabeth, o futuro da monarquia britânica promete ser mais complicado com Charles III, menos apreciado pela opinião pública.
Os britânicos preferem seu filho mais velho, William, de 40 anos, e a esposa deste, Catherine, que ao lado dos filhos pequenos, George, Charlotte e Louis, são considerados uma família mais moderna.
A Nova Zelândia, um dos 14 países da Commonwealth que tinha Elizabeth II como chefe de Estado, já proclamou Charles como novo rei.
No Reino Unido, o luto oficial terminará com um último adeus à monarca na abadia londrina de Westminster.
A cerimônia de coroação de Charles acontecerá em uma data que ainda será definida. Elizabeth teve que esperar mais de um ano antes do evento oficial que a tornou rainha.