O novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes), Benedito Guimarães Aguiar Neto, pretende expandir o “apoio à pesquisa voltada à solução dos problemas nacionais”. O novo dirigente da fundação é engenheiro com doutorado pela Technische Universität Berlin e pós-doutorado pela University of Washington, nos Estados Unidos.
Segundo ele, as dificuldades do país são bastante conhecidas pelas universidades brasileiras, com quem pretende manter boa interlocução. “Creio que o diálogo com a academia é fundamental para que possamos todos estar imbuídos no mesmo propósito de valorizar a pesquisa, definir prioridades e estabelecer estratégias que permitam avançar no desenvolvimento científico e tecnológico do país”, disse em entrevista.
“Estamos abertos ao debate com a comunidade científica, independente da área do conhecimento”, garantiu. “A discussão interdisciplinar está presente na construção do conhecimento científico, no desenvolvimento tecnológico e nos estudos, que considero fundamentais, da preservação do patrimônio histórico e cultural”.
Na entrevista, Aguiar Neto também declarou que vai resguardar a livre atuação dos pesquisadores. “Defendo a liberdade da pesquisa. Independente da área do conhecimento, há de se ter preocupação em desenvolver pesquisa, primordialmente, para a solução dos graves problemas sociais do nosso país e, ao mesmo tempo, contribuir, quando pertinente, para o seu desenvolvimento econômico”.
O presidente da Capes enfatizou que não concorda com discriminações quanto a áreas de conhecimento, linhas de pesquisa ou convicções dos pesquisadores. “Defendo que o pluralismo de ideias e a discussão em torno de assuntos de interesse científico são fundamentais, pois, assim, será incentivada a criatividade intelectual e o trabalho em equipe”.
Aguiar Neto foi coordenador do curso de engenharia elétrica da na Universidade Federal de Campina Grande e diretor do Centro de Ciências e Tecnologia na mesma instituição. “Na minha trajetória como pesquisador e gestor universitário tenho prezado pelo respeito àqueles que pensam diferente, seja por convicções de ordem pessoal, de cunho científico ou de alinhamento profissional”.
Conforme o dirigente, a Capes deverá manter “os atuais programas de apoio à pós-graduação, e de formação de professores e fomento à educação básica”. Em sua opinião, “as licenciaturas precisam ser fortalecidas e estimuladas”. Ele promete “estabelecer programas de fomento induzidos”, apoio à inovação da pesquisa aplicada, mas sem negligenciar a pesquisa básica.
Na entrevista, Aguiar Neto não quis adiantar planos de ampliação de recursos para pesquisa e formação docente e nem tratou do pagamento, até o final do prazo contratado, das 200 mil bolsas mantidas pela Capes. Segundo a fundação, estão assegurados para este ano R$ 3,07 bilhões do Orçamento Geral da União. O Ministério da Educação faz gestões junto ao Ministério da Economia para recompor o orçamento no patamar de R$ 3,6 bilhões.