A história de São Paulo, a Terra da Garoa se conecta diretamente com a Gafisa, quando em 1964, a empresa conquistou a cidade. Essa história começa em 1966, com a entrega do primeiro empreendimento, os edifícios Santa Cândida e Santa Francisca no bairro de Higienópolis. A construção revelava influência do estilo moderno: térreo com pilares aparentes e passarela de concreto. Nessa mesma época chegava a bairros importantes, como os Jardins, com o edifício Barão de Mauá, na Alameda Lorena.
A partir deste momento a companhia se torna responsável por parte do desenvolvimento imobiliário da cidade, trazendo novidades e transformações que até hoje são referência.
O triângulo da logomarca da Gafisa foi ocupando ruas, fachadas e o topo dos prédios, E, aos poucos, passou a servir até de orientação na movimentação por São Paulo. “Por muitos anos, tínhamos um departamento que produzia e desenhava esses triângulos, que tinham entre seis e doze metros. Havia até um conjunto de edifícios de Moema, que pela proximidade do Aeroporto de Congonhas, servia de referência para os pilotos na hora da preparação da aterrissagem”, relembra Luis Ortiz, Diretor de Incorporação da Gafisa.
Prédios históricos - Ao longo das 5 décadas de sua história com a cidade, muitos empreendimentos emblemáticos e inovadores contribuíram para as mudanças arquitetônicas e urbanísticas, traduzindo em linhas, arte e formas as tendências e desejos de cada tempo. Só nos dois principais cartões postais da cidade são 20 empreendimentos da Gafisa – a Avenida Paulista (11) e a Avenida Brigadeiro Faria Lima (9).
Um dos grandes destaques dessa lista é a sede do Banco Safra, construída em 1984. E esse prédio traz algumas histórias curiosas. Um exemplo é a marcação de andares. Isso porque, o banqueiro Joseph Safra era supersticioso e pediu para não ter o 13º andar no elevador. O que acabou virando uma das anedotas típicas de conversa entre paulistanos.
Os anos 80 foram, aliás, uma época muito marcada pela arquitetura minimalista, consequência de uma época desafiadora para a economia do país. “Começam a surgir em São Paulo, prédios com fachada branca e esquadrias escuras. O Saint James Residence, que projetamos em 1981 no Itaim, representa bem isso. Eram plantas menores, de até 70 m², com um estilo arquitetônico mais minimalista”, detalha.
Já na Avenida Brigadeiro Faria Lima, além dos 9 prédios que possui, a companhia também contribuiu com a infraestrutura da região, com a realização de obras viárias que fizeram parte da Operação Urbana Faria Lima, realizada pela Prefeitura de São Paulo na ocasião. O projeto foi uma contrapartida para a construção de um dos edifícios mais famosos nos entornos: o Eldorado Business Tower.
Essa é uma das construções mais emblemáticas de São Paulo e a sua história começa com uma viagem de um dos executivos da marca a Nova Iorque. Quando ele voltou, ele trazia um recorte de jornal que falava de prédios ecologicamente sustentáveis e que eram premiados com redução dos impostos.
“Dessa observação se criou o conceito um prédio que fosse moderno, mas também atemporal, que dali a muitos anos as pessoas olhassem e ainda o considerassem muito moderno. A visibilidade da torre na Marginal fez do projeto um grande sucesso e uma referência até hoje. O projeto foi primeiro edifício no Brasil com o selo de Green Building, concedido a construções que gastam menos energia, destinam seus resíduos à reciclagem, além de outras iniciativas que hoje são premissas em projetos da região”, detalha Luis Ortiz.
Como resultado, foi criado um monumental edifício com a fachada revestida em vidros brancos e verdes e mais sustentável, o que fez com que recebesse, pela primeira vez no Brasil o selo Green Building, concedido a construções que gastam menos energia, destinam seus resíduos à reciclagem, têm vagas para bicicletas, entre outras medidas.
Os nomes dos prédios
Há um padrão nos nomes dos empreendimentos dessa região de São Paulo. Então, essa padronização tem relação com uma sistematização escolhida pela companhia, que é também uma curiosidade interessante. Entre 1960 e 1970, 22 empreendimentos da Gafisa foram nomeados com nomes de barões como forma de dar um ar de nobreza aos prédios. Já nas décadas de 70 e 80, dos 203 prédios construídos pela Gafisa no período, 69 tinham nomes de pintores e 14 de filósofos e escritores como Rousseau, Balzac e La Fontaine.
Edifícios na Avenida Paulista:
Avenida Paulista | ||
Número | Nome | Início da Construção |
509 | Edifício Patrimônio | 1974 |
575 | Barão de Ouro Branco | 1969 |
807 | Sir. Winston Churchill | 1972 |
1039 | Edifício Paulista Corporate | 2012 |
1.151/1.159 | Barão de Serro Azul | 1970 |
1.449 | Conde Andrea Matarazzo | 1972 |
1.471 | Barão de Christina | 1971 |
2.001 | Barão de Itatiaia | 1970 |
2.006 | Barão de Amparo | 1970 |
2028 | Imperador Pedro I | 1974 |
2.100 | Sede do Banco Safra | 1984 |
Edifícios na Avenida Brigadeiro Faria Lima:
Avenida Brigadeiro Faria Lima | ||
Número | Nome | Início da Construção |
844/854 | Barão de Atibaia | 1972 |
1.106 | Barão de Iguatemi | 1970 |
1.616 | Barão de Água Branca | 1973 |
1.237 | Park Center | 1973 |
1.651 | Barão da Torre | 1975 |
1.688 | Palácio das Américas | 1974 |
1.864 | Barão de Pedro Afonso | 1973 |
1.885 | Barão de Rotschild | 1971 |
2.003 | Edifício Monumento | 1973 |
2.100 | Faria Lima 2.100 | 1985 |
Fonte: Guia dos Curiosos – Gafisa