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Endometriose afeta uma a cada dez mulheres no mundo

Condição que afeta 10% das brasileiras pode ser ocasionada por diferentes fatores; o coloproctologista e cirurgião robótico Dr. Alexandre S. Nishim...

20/04/2023 16h20
Por: Redação
Fonte: Agência Dino
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária apontam que cerca de 10% das mulheres brasileiras têm endometriose. Segundo informações da Agência Brasil, só em 2019 mais de 11 mil brasileiras foram internadas devido à doença. Ainda, de acordo com a OMS, globalmente, uma em cada dez mulheres sofre com a condição.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, a doença ocorre pela presença de endométrio fora do útero e tem relação com os ciclos menstruais da paciente, mas fatores genéticos, imunológicos e alterações enzimáticas podem influenciar na ocorrência.

Como exemplo de como a condição afeta mulheres ao redor do mundo, a Espanha instituiu uma licença médica de até cinco dias para mulheres em período menstrual e a França deve discutir no mês que vem um projeto de lei semelhante. No Brasil, 13 de março marca o Dia Nacional de Luta Contra a Endometriose.

Para aprofundar o assunto, o Dr. Alexandre S. Nishimura, coloproctologista e cirurgião robótico, que atua nos Hospitais Israelita Albert Einstein, Vila Nova Star, São Luiz, Blanc e Santa Catarina Paulista, falou sobre prevenção, tratamento, possibilidade de cirurgia, bem como sobre a endometriose intestinal, em entrevista.

O tratamento correto é sempre com cirurgia? Ou há outros caminhos a serem seguidos?

A cirurgia deve ser indicada nos casos em que as endomulheres permanecem com sintomas, mesmo com o adequado tratamento clínico. Além disso, em casos em que as lesões estão aumentando, mesmo sem sintomas expressivos, a indicação cirúrgica também é imperativa para que evite complicações como, por exemplo, uma obstrução de um órgão.

Lembrando que o tratamento clínico é pautado por uma adequação da dieta com acompanhamento de uma nutricionista, evitando-se alimentos pró-inflamatórios e associando alimentos com ação anti-inflamatória; por hábitos saudáveis com uma prática regular de atividades físicas; e por manter a mente sã com atividades que deem prazer, como pintura, leitura, artesanato, dança e, em alguns casos, até mesmo psicoterapia para auxílio emocional.

Reforço, ainda, que o mais importante no tratamento das endomulheres é a busca por uma melhora da qualidade de vida sem os sintomas da endometriose e, nesta jornada, tudo o que vier para agregar, positivamente, é sempre válido.

Esta doença pode desencadear um câncer? 

Não, a endometriose é uma doença benigna que, embora possa causar efeitos devastadores na qualidade de vida de muitas endomulheres, apresenta-se com uma doença sem potencial de malignidade, segundo os estudos clínicos atuais.

Como escolher a equipe certa?

A equipe certa para o tratamento das endometrioses superficial ou profunda, além de ser a que transmite maior confiança e compromisso na busca da melhora da qualidade de vida da endomulher, deve estar capacitada para um atendimento multidisciplinar (ginecologista, coloproctologista, urologista, clínica da dor, nutricionista, psicólogo, educador físico, entre outros).

Outro detalhe de suma importância, quando se fala em tratamento cirúrgico, é a realização do procedimento com uma equipe que esteja alinhada e habilitada em cirurgias minimamente invasivas, através da videolaparoscopia ou cirurgia robótica.

Quais sintomas podem sugerir a busca por um profissional de saúde especializado?

Cólica menstrual intensa não é frescura, portanto, a busca por um profissional que escute, realmente, as suas queixas são de fundamental importância para um diagnóstico precoce, tratamento adequado e retomada da qualidade de vida o mais breve possível.

Os principais sinais e sintomas são a dismenorreia (cólica menstrual) intensa, dispareunia (dor durante a relação sexual), disquezia (dor ao evacuar) no período menstrual e infertilidade.

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