Cerca de 15% da população brasileira é dependente de álcool, segundo o Ministério da Saúde (MS). A maioria está na faixa entre 18 e 29 anos. E neste período de carnaval os perigos deste vício podem aumentar ainda mais.
Samir Saadeddine, cardiologista, explica que tudo em excesso faz mal e o álcool não deixa de ser um exemplo disso. “Os efeitos do álcool sobre o sistema cardiovascular são devastadores, mas a capacidade (de ingerir bebida alcoólica) de cada um é individual. Os efeitos são ao longo prazo”, diz.
Ainda de acordo com o médico, “o álcool atinge diretamente a célula do músculo cardíaco e atrapalha o seu funcionamento. E isso acaba deprimindo toda a função circulatória porque o coração começa a bater com menos força. E a fraqueza muscular que a gente sente, seja durante a ingestão do álcool ou na ressaca, simplesmente é uma amostra do que o álcool faz no músculo cardíaco”, explica.
Para quem está no meio da agitação dos blocos, exagerou na bebida e pensa que vai “melhorar” dançando, o médico faz um alerta: “é uma combinação bombástica porque a adrenalina da atividade, quando você está pulando, te dá uma falsa sensação de que você melhorou. Para melhorar da ingestão exagerada do álcool, primeiro, é parar de beber e ingerir muito líquido”, detalha o cardiologista.
A perda de consciência, a diminuição de reflexos, a sensação de tontura e a falta de equilíbrio são sinais de que a pessoa exagerou na bebida alcóolica. De acordo com o médico, não existe uma quantidade certa de álcool no organismo para a pessoa ficar com esses sintomas. “Não, a quantidade é inerente a cada um e a capacidade de metabolização do fígado”, afirma.