Por Itasat
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o retorno do País à normalidade com a reabertura do comércio e aproveitou para criticar políticos e o Supremo Tribunal Federal (STF). "Não vão me tirar daqui", disse. E repetiu: "Não tem que se acovardar com esse vírus na frente." Ele ainda criticou governadores que adotaram medidas para fechar o comércio e restringir a circulação de pessoas como forma de incentivar o isolamento social. "Os Estados estão quebrados. Falta humildade para essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical."
Nesta semana, o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de 200 mortes diárias em razão da covid-19. Ainda neste sábado, 18, o Ministério da Saúde registrou 211 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas. Com isso, o número de óbitos por covid-19 chegou a 2.347 no País desde o início da pandemia. Os casos atualmente confirmados somam 36.599.
Em mais um "tour" por Brasília, o presidente parou para falar com apoiadores em frente à rampa do Palácio do Planalto e repetiu que são dois os problemas atuais do País: o novo coronavírus e o desemprego. "A economia não roda dessa forma. Vai faltar dinheiro para pagar salário de servidor público e o Brasil está mergulhando num caos. Quero crer que não seja apenas uma vontade desses políticos, que não vou nominar aqui, de querer abalar a Presidência da República. Não vão me tirar daqui", afirmou o presidente aos populares sem citar nomes.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi lembrado, no entanto, pelos apoiadores que gritaram: "Fora Maia, impatriota". "Estamos com o senhor até o fim", gritaram. Na quinta-feira, 16, Bolsonaro confrontou Maia e disse em entrevista à CNN que a atuação do presidente da Câmara era "péssima" e insinuou que o parlamentar trama contra seu governo. Em resposta, Maia disse que não iria atacar o presidente.
Antes da conversa com apoiadores, em uma Live transmitida pelas suas redes sociais do alto da rampa, Bolsonaro ainda alfinetou o Supremo ao enfatizar que a Corte decidiu que Estados e municípios têm autonomia para decretar medidas que acharem necessárias para conter o avanço do novo coronavírus. "Nós vamos começar sim (a flexibilizar medidas restritivas), no que depender de mim. O STF falou que não tenho autoridade para isso, mas, no que depender de mim, vamos começar a flexibilizar."
Segundo o presidente, a conta para repor a perda de arrecadação de Estados e municípios com ICMS e ISS pode ultrapassar os R$ 100 bilhões. "Não temos espaço para isso no orçamento. Os Estados estão muito mal das pernas. Falta humildade para essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical. Humildade, voltar atrás em alguma coisa, abrir alguma coisa, logicamente com o devido cuidado, luva, máscaras, gel, seja o que for, campanha educativa."