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em apoio

Após ato de Bolsonaro, 20 governadores divulgam carta em apoio a Maia e Alcolumbre

Zema não participou

20/04/2020 10h39Atualizado há 5 anos
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Por Itasat

Uma carta assinada por 20 governadores e divulgada neste domingo pelo Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), após ataques do presidente Jair Bolsonaro aos dois principais líderes do Congresso Nacional. Para os governadores que assinam o documento, Bolsonaro está "afrontando os princípios democráticos que fundamentam nossa Nação".

A carta é assinada por todos os governadores das regiões Sul e Nordeste. No Sudeste, só o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), está ausente. No Centro-Oeste, a exceção foi o Distrito Federal. No Norte, não assinaram Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.

"Neste momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros", diz a carta. "Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo", continua.

Os governadores afirmam não haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos. "Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades. A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise", defendem.

A carta afirma ainda que a ação dos estados, do Distrito Federal e dos municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.

Bolsonaro abriu fogo contra Maia nessa quinta-feira (16), após demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Em entrevista à TV CNN, o presidente disse que a atuação do deputado é "péssima" e insinuou que o parlamentar trama contra o governo dele. Maia respondeu que não atacará Bolsonaro.

Horas antes da entrevista do presidente à CNN, o presidente da Câmara assinou uma nota conjunta com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em defesa de Mandetta, filiado ao mesmo partido deles. No dia anterior, a Mesa Diretora da Câmara deu 30 dias para Bolsonaro apresentar à Casa o resultado de exames para covid-19 pelos quais passou. No mesmo dia, Maia reagiu às críticas. "O presidente ataca com um velho truque da política: com a demissão, ele quer mudar o tema", afirmou o deputado, que disse não ter intenção de prejudicar o governo. "O presidente não vai ter ataques [de minha parte]. Ele joga pedras e o Parlamento vai jogar flores", completou.

Na tarde deste domingo, Bolsonaro discursou em uma manifestação em Brasília contra o Congresso e favorável ao AI-5 e à intervenção militar.