Por Itasat
O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, lamentou os problemas financeiros vividos pelo clube alvinegro – assim como pelos outros –, que neste período de paralisação do futebol devido à pandemia de covid-19 vê no cofre apenas o movimento de saída de dinheiro.
Sem jogos, não há a receita gerada pela arquibancada. A reformulação do sócio-torcedor, o Galo Na Veia, com planos populares, foi às vésperas de o novo coronavírus interromper as atividades no país, o que freou as compras. Um dos patrocinadores, a Multimarcas Consórcios, suspendeu o contrato por dois meses. Outro, a Auto Truck, reduziu o pagamento pela metade enquanto a bola seguir parada.
Além disso, o time deixou de ganhar dinheiro ao ser eliminado precocemente nas copas do Brasil (segunda fase) e Sul-Americana (primeira fase), torneios que premiam as equipes em dinheiro conforme elas avançam.
Em entrevista, o dirigente revelou esperar que a Fifa adiasse a cobrança da dívida do Galo com a Udinese, da Itália, pela compra do meia Maicosuel. O objetivo seria pegar os cerca de R$ 10 milhões separados para quitar o débito e usá-lo para pagar os vencimentos dos funcionários.
Entretanto, a entidade máxima do futebol ficou irredutível e, no dia 27 de abril, o Atlético depositou os 2,2 milhões de euros (R$ 13,4 milhões). Valor que pegou o clube de calças curtas, devido ao aumento do euro nos últimos meses por causa do novo coronavírus e do entrevero entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, três dias antes do pagamento.
“Estamos buscando de todas as maneiras encontrar recursos para pagar o funcionário do dia a dia. O Atlético tem muitos funcionários que ganham salários mínimos. Dois, três salários. Eu não quero deixar essas famílias – são quase 500 – na mão”, disse o mandatário.
No dia 29 de março, o Atlético anunciou a redução de 25% nos salários de funcionários que recebem mais de R$ 5 mil, alegando “drástica redução de suas receitas”. No no dia seguinte, o presidente justificou: “Temos que passar por essa crise sem deixar o Atlético destroçado do ponto de vista financeiro e, ao mesmo tempo, preservando a grande maioria dos empregos.”
Sette Câmara mantém a esperança de que, com a volta do futebol – sem prazo para ocorrer –, o caixa fique aliviado ao fim de 2020. Uma das receitas aguardadas é referente a parcelas da TV Globo pela transmissão do Campeonato Brasileiro e da reta final do Mineiro. “Nós vamos sair disso com as receitas novas, voltando o futebol. Acredito que no fim do ano vamos ter uma situação bem equilibrada.”