O advogado Frederick Wassef, defensor do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), disse nesta quarta-feira que não teme os resultados da nova incursão do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro contra seu cliente.
Wassef afirmou que não teve acesso à decisão judicial que autorizou buscas em 24 endereços, inclusive de alvos ligados a Flávio e a Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro, e que pretende tomar medidas contra o vazamento da operação.
Wassef ressaltou ter conversado com Flávio sobre a ofensiva do Ministério Público, desencadeada após o Supremo Tribunal Federal (STF) destravar a investigação relativa a dados compartilhados pela Unidade de Inteligência Financeira, antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações atípicas nas contas do ex-assessor Fabrício Queiroz.
Desde as primeiras horas desta quarta, os promotores fazem buscas. A operação apura suposto esquema de lavagem de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio quando ele era deputado estadual. A investigação mira suposto esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia.
O advogado declarou que os investigadores "não vão lograr êxito, nada de errado vão encontrar porque jamais existiu esquema de 'rachadinha' no gabinete do meu cliente".
Wassef considera que uma medida cautelar dessa natureza é previsível dentro de alguma investigação, mas ele protesta contra o que chama de "vazamento da operação" e, mais ainda, como as buscas são realizadas e seus reflexos na rotina da empresa. "Arrombaram a porta, pelo que sei. Um absurdo. Imagine o estrago que isso causa, clientes assustados, temerosos de comprar alguma coisa."
Wassef argumenta que o que está se comentando no Rio é que está havendo uma série de ilegalidades e arbitrariedades nessas buscas. "Estão buscando materiais de pessoas que nunca trabalharam no gabinete do Flávio. Coisas estão sendo apreendidas, estão pegando de todo mundo, indiscriminadamente. Alguma ilegalidade está sendo cometida na operacionalização da medida", finalizou.