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Efeito pandemia

Trabalhador de Ibirité precisa vender bens para sobreviver: 'Única solução que encontrei'

Estimativa é de que 2020 termine com pelo menos dois milhões de desempregados a mais no Brasil

22/06/2020 09h37
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Por Itasat

"Antes, eu ganhava na faixa de R$ 4 mil, hoje não ganho nem R$ 500". O depoimento do mecânico de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Varlei Rodrigues, de 26 anos, poderia ser de outros milhares de brasileiros que estão sendo obrigados a lidar com o desemprego causado pela pandemia do novo coronavírus.

A estimativa da Instituição Fiscal Independente do Senado é de que, no fim de 2020, a taxa de desemprego fique entre 14% e 15,3%, ou seja, de dois a quatro milhões de desempregados a mais no Brasil.

Para conseguir sobreviver, Varlei teve que vender suas ferramentas de trabalho. "Sou mecânico há 11 anos e nunca passei por uma crise igual a essa. Tive que vender meus equipamentos de trabalho pra sobreviver, foi única solução que eu encontrei pra sobreviver", conta. 

O professor de economia da UFMG Mário Rodarte explica que essa situação está se tornando cada vez mais comum, porque, segundo ele, as políticas sociais no país não são suficientes.

“Temos uma realidade muito cruel com o trabalhador. O Brasil não tem um sistema de bem-estar social e a proteção do desempregado é apenas parcial. O seguro desemprego protege apenas o trabalhador formal que perdeu o emprego, mesmo assim por algum tempo. É importantíssimo, como política de governo, que haja mecanismos de compensação, auxílios emergenciais para que as pessoas não tenham baixas expectativas quanto ao seu rendimento futuro", conclui.