Por Itasat
A escalada de casos e o possível colapso do sistema estadual de saúde em Minas preocupam a classe médica. O presidente do sindicato da categoria em Minas, Fernando Mendonça, afirma que o aumento de infecções decorre do afrouxamento das medidas de flexibilização em várias partes do estado, o que coloca mais pessoas na rua e contribui para uma maior circulação do novo coronavírus.
Para ele, o ritmo da contaminação tem sido muito mais rápido do que se imaginava. “Mesmo a gente ainda sabendo que a maioria das pessoas não vai ter sintomas graves, a questão são aqueles 15% que vão precisar de um atendimento hospitalar e, desses, talvez 5% vão precisar de um leito de CTI. E o que acontece? Se um grande número de pessoas ao mesmo tempo ficar doente, não vai ter vaga para todo mundo” alertou.
Mendonça lembrou que tem faltado medicamentos para pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Se já não bastasse a própria pandemia, a crise social, a crise econômica, agora vivemos mais esse drama”, lamentou.
Segundo ele, essas drogas, muitas vezes, são substituídas por similares que têm efeitos colaterais maiores, o que provoca um risco para o paciente. “Se os medicamentos faltarem, fica difícil, por exemplo, procedimentos como a intubação, para usar o respirador. Então, não adianta gastar com respiradores se eu não tiver como entubar esse paciente”, reforçou.
Ele pediu à população que entenda a importância do isolamento social. “Não podemos deixar aumentar mais do que já tem aumentado o número de casos”, disse.