'Se precisar matar eu também mato', diz menor de 12 anos apreendido com carro roubado em Contagem
O crime não tem idade para entrar nele
Um menor de 12 anos foi apreendido nesta sexta-feira (21) com um carro roubado no bairro Fonte Grande, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em entrevistaa, a criança disse ser revoltada por ter sido abandonada pelo pai, avisou não ter medo de morrer e nem de matar. A mãe dele também conversou com a reportagem. Disse que aconselha o filho, mas acha que ele deveria ser preso.
De acordo com a PM, o carro, um Toyota Etios branco, foi roubado no dia 17, no bairro Jardim Laguna, em Contagem, na Grande BH, e era usado para fazer outros assaltos na região. O veículo foi recuperado nessa sexta-feira (21).
“Hoje mais cedo teve um roubo de outro veículo, também de transeunte, e estava mais próximo da região dele. Nós saímos no encalço para ver se encontrava, no momento que eu estava chegando na casa da mãe, encontrei com ele a pé, a gente conversou com ele e a 30 metros ele havia abandonado o veículo.”
À reportagem, o menor confessou que roubou o carro e disse que está envolvido com o mundo do crime desde os 11 anos. “Eu pedi um aplicativo e chegando no bairro Laguna eu enquadrei o cara. Eu estava de réplica. O crime não tem idade para entrar nele.”
O menino disse ainda que entrou para o crime porque foi abandonado pelo pai e que só espera para o futuro “o que o corre traz”.
Ele contou que aprendeu a dirigir sozinho e que bateu o carro porque estava bêbado. Começou a beber e a fumar maconha com 11 anos.
O menor diz não ter medo de morrer e nem de trocar tiro. “Se for para morrer, morreu. Se for para trocar [tiro] eu troco na alta. Com polícia não, com bandido eu troco na alta. [Se a vítima reagir] eu mato ela. Se precisar matar eu também mato.”
A mãe do menino contou que ele mora com a avó, já que ela tem outro filho especial. Disse que tenta aconselhar o filho, mas que ele entrou para o crime por conta de más influências.
“A gente não pare filho para fazer essas coisas não. É triste para a gente. Não tem Justiça no país, se tivesse um menino desse aí estava preso. Um pai de família sai 5 horas da manhã para trabalhar e chega de noite tem um vagabundo para vir roubar, para mim isso é vagabundo.”
