Por Itasat
Há mais de dois meses, pacientes com esclerose múltipla (doença neurológica progressiva e sem cura) aguardam pela volta de fornecimento do cloridrato de fingolimode, medicamento fundamental para a manutenção da qualidade de vida dessas pessoas.
Trata-se de um remédio de alto custo, importado e fornecido pelo SUS. Ele não está disponível para a compra no Brasil e, no exterior, uma caixa com 30 comprimidos, que dura um mês, custa cerca de R$ 9 mil.
Diagnosticada com a doença há 14 anos, Gislene Machado Souto é um dos nove pacientes de Montes Claros, no Norte de Minas, que precisam do cloridrato de fingolimode. Ela conta que teve sintomas devido à falta do medicamento. “Cansaço, anestesiamento do corpo, dores, muita piora da visão”, diz.
O fornecimento do remédio especial estava interrompido em todo o país. O Ministério da Saúde afirmou à Itatiaia que, além do medicamento usado por Gislene, fornece a cada três meses às secretarias de estado de Saúde outros quatro para o tratamento da esclerose múltipla.
De acordo com o ministério, cabe às secretarias estaduais a programação, armazenamento, distribuição e dispensação desses produtos. Além disso, a pasta afirmou que apenas o cloridrato de fingolimode 0,5 mg estava em falta, pelo fato de a exclusividade de patente dele ser anulada pela Justiça às vésperas da assinatura de novos contratos com a farmacêutica que o produz.
Com isso, a aquisição do remédio foi feita por pregão eletrônico em 19 de janeiro deste ano e as entregas já começaram a ser feitas. Para a Secretaria de Saúde de Minas, foram 21.952 caixas no dia 1º de março. O ministério também informou que nos próximos dias mais 33. 684 unidades serão entregues ao estado.
Conforme a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, a primeira remessa chegou à cidade nessa quinta-feira (18) e, nesta sexta (19), chegarão mais caixas. Segundo a prefeitura, elas já começam a ser distribuídas no mesmo dia na Farmácia de Todos.