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Polêmica

Deputada federal por Minas Alê Silva é retirada de aeronave no Aeroporto de Confins

Parlamentar precisou ser escoltada por agentes da PF até a inspeção da bagagem de mão após se recusar a passar pelo processo

26/05/2021 09h48Atualizado há 4 anos
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Por Itasat

A deputada federal por Minas Alessandra Silva (PSL), conhecida como Alê Silva, foi retirada por agentes da Polícia Federal (PF) de um avião no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na manhã desta terça-feira (25), após se recusar a ter a bagagem de mão revistada. A parlamentar afirma, por meio de nota, ter sido chamada de “miliciana” e “genocida”, o que teria feito com que ela se negasse a passar sua mala pela inspeção física.

Em resposta a reportagem da Itatiaia, a empresa BH Airport, responsável por gerenciar o aeroporto, explicou que durante a inspeção da mala “foi identificado um item proibido para ingresso em Área Restrita de Segurança” do terminal. Dessa forma, Alê Silva foi encaminhada para a inspeção física, mas ela não teria concordado com o processo e teria se dirigido para a área de embarque.

Segundo a empresa, a inspeção física para acesso a essa área do aeroporto, é uma norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Dessa forma, com a recusa da passageira, a Polícia Federal foi acionada e a deputada foi retirada da aeronave. Ela foi conduzida novamente ao setor de inspeção física, onde foi retirado o item proibido e a passageira foi liberada”.

Deputada 

Por meio de nota, Alê Silva relatou que, durante a inspeção dos pertences de mão, a funcionária de uma empresa terceirizada que realiza o processo teria dito: “Mala de miliciana e genocida tem que ser revistada com cuidado”. A parlamentar alega ter fechado sua mala e seguido para a aeronave, se recusando a passar pela revista física.

 O texto ainda diz que a deputada foi retirada da aeronave por dois agentes da Polícia Federal que agiram com truculência e que, durante a revista, foi encontrada uma tesoura infantil cor de rosa. No primeiro momento, a parlamentar teria acreditado que o objeto fosse de sua filha adolescente. Contudo, posteriormente, ela foi informada que a tesoura não pertencia a filha e a parlamentar não soube dizer a procedência do objeto. 

Por fim, a deputada afirma ter acionado a Anac e também a imprensa para informar o fato ocorrido com a funcionária que atua na inspeção, além de acionar a corregedoria da Polícia Federal sobre a ação dos agentes de segurança.

Polícia Federal

A Superintendência da Polícia Federal explicou que os agentes procederam à fiscalização de rotina e encontraram o objeto não permitido em voos (a tesoura infantil). "O objeto foi retirado da bagagem, e a passageira foi autorizada pelo comandante a seguir viagem", diz o texto.

A corporação afirma ainda que os agentes da PF seguiram os protocolos de medidas sanitárias do Ministério da Saúde por causa da pandemia da covid-19. Sobre a denúncia de truculência, a Polícia Federal não se manifestou.

Confira na íntegra as notas de cada envolvido:

BH Airport

"A BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, informa que na manhã desta terça-feira, dia 25 de maio, durante o processo de inspeção dos pertences de mão de uma passageira, foi identificado um item proibido para ingresso em Área Restrita de Segurança e a bordo de aeronaves, sendo necessário o encaminhamento para a inspeção física da bagagem.  A passageira não concordou com o processo, que é uma norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e se dirigiu para área de embarque do aeroporto, antes da finalização do procedimento de segurança e autorização para ingresso. Neste momento, a Polícia Federal foi acionada. 

A passageira se encaminhou para a aeronave, mesmo sendo alertada pela companhia aérea de que não estava autorizada. Já no interior da aeronave, ela foi chamada pela Polícia Federal e conduzida novamente ao canal de inspeção, onde foi retirado o item proibido e a passageira foi liberada". 

Deputada federal Alê Silva

"A Deputada Federal Alê Silva estava na manhã de ontem, 25 de maio, no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para voar com destino a Brasília.

No detector de metais, uma atendente que trabalha em uma empresa que presta serviço ao aeroporto disse que iria abrir a mala da deputada. A atendente disse que isso era uma “revista aleatória”.

A Deputada abriu a mala, sendo a atendente colocar a mão sobre a mesma e disse: “Mala de miliciana e genocida tem que ser revistada com cuidado”. A deputada após esses dizeres se calou, fechou a mala e foi em direção ao portão de embarque.

Após o embarque, a deputada realizou uma ligação para o seu chefe de gabinete, para que entrasse em contato, como de fato tentou, com a Delegacia da Polícia Federal do Aeroporto de Confins para dizer do ocorrido e também para falar que estava tudo bem com ela e que já estava dentro da aeronave, mas que não deixaria a atendente revistar a sua mala sem a presença de policiais. Porém, apesar das tentativas, a PF não atendeu ao telefone.

Neste meio tempo, dois policiais federais adentraram na aeronave e com muita truculência fizeram a deputada descer do avião e levar a mala até o local de revista.

Depois de revistada, foi encontrada uma tesoura cor de rosa infantil. No momento a Deputada achou que o artefato fosse de sua filha, mas depois de indagada a adolescente, essa disse que não, sendo que a Deputada então desconhece como que a tesoura foi parar lá.

Tendo em vista dos fatos, já estão sendo providenciadas as medidas cabíveis junto a ANAC (Agencia Nacional de Aviação Civil) que tem responsabilidade objetiva e solidária em relação à funcionária da empresa terceirizada. Ademais, a notificação oficial junto à empresa será também realizada sobre o fato ocorrido.

Ainda, uma ação será ajuizada na corregedoria da Polícia Federal, tendo em vista que foi tentado contato via telefone no aeroporto com a negativa de atendimento e resposta. Destaca-se também o modo de abordagem, que foi mediante truculência e abuso de poder, por parte dos policiais ao constranger a deputada".

Polícia Federal

"A Polícia Federal informa que, na manhã de ontem, 25/5/2021, foi acionada no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins/MG, para comparecimento em aeronave que voaria com destino a Brasília/DF. 

O acionamento ocorreu em virtude de uma passageira ter negado que sua bagagem fosse submetida à inspeção. Após autorização do comandante da aeronave, de forma a não comprometer a programação de decolagem, a PF procedeu à fiscalização de rotina da referida bagagem, sendo encontrado objeto não permitido em voos. O objeto foi retirado da bagagem, e a passageira foi autorizada pelo comandante a seguir viagem.

Seguindo todos os protocolos de cuidados do Ministério da Saúde em face da pandemia do Covid-19, a Polícia Federal continua trabalhando.