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Homem é preso por comentário em rede social: ‘Deveriam atacar mais PMs’

No Facebook sobre os militares torturados e baleados em Igarapé

08/01/2020 13h18
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Um homem, de 38 anos, foi preso na noite dessa terça-feira (7), em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, após uma publicação feita por elo no Facebook sobre os militares torturados e baleados em Igarapé. O homem escreveu em sua rede social que “deveriam atacar mais PMs, pois só assim para a sociedade ver a PM trabalhar”.

O suspeito foi identificado, localizado e conduzido para a delegacia de plantão da Polícia Civil. Segundo o registro policial, o homem foi detido por “apologia ao crime em rede social”. A Civil disse que o homem assinou um TCO (Termo Circunstaciado de Ocorrência), onde se compromete a comparecer ao juizado. Em seguida, ele foi ouvido e liberado.

O especialista em segurança pública, Robson Sávio, ouvido pelo BHAZ, afirma que a ação da polícia foi desproporcional. “Se todas as pessoas nas redes sociais que fazem apologia à morte de terceiros fossem presas, muita gente seria presa. Incluindo agentes policiais que fazem apologia à morte de bandidos. O tratamento tem que ser igual para todos”, avalia.

O comentário

O internauta estava comentando uma publicação sobre a tortura sofrida pelo coronel Alex Melo e a cabo Raiana Rodrigues na última segunda (6). A postagem questiona a ação policial que resultou na morte de três dos suspeitos de atacar os PMs, no mesmo dia do crime.

Ainda na mesma data, outros dois suspeitos de envolvimento no ataque ao casal foram presos. Um sexto suspeito foi detido nessa terça-feira (7). Para o internauta, a ação policial foi legítima, mas “movida por uma questão de ego e não por eficácia”.

‘Desproporcional’

O especialista em segurança pública, Robson Sávio Reis, para entender a atuação da PM no caso do comentário. Ele acredita que pode ter havido uma ação desproporcional por parte dos policiais.

O especialista diz que uma pessoa deve ser detida quando apresenta risco para a sociedade. “No restante dos casos, é utilizado o mecanismo judicial. Enquanto instituição, quando a Polícia Militar acha que o sujeito cometeu em crime, ela deve acionar o Ministério Público ou a Polícia Civil para abrir um processo”, esclarece.

Robson ainda explica como agir no caso de flagrar um crime sendo cometido nas redes sociais. “A pessoa deve denunciar primeiro na própria plataforma. Além disso, a autoridade policial pode ser noticiada, por meio de delegacias especializadas, para que corra o devido processo legal”, explica.

Ataque a PMs

O casal foi encontrado em casa, nessa segunda-feira (6), baleados e com sinais de tortura. Segundo a PM, eles estavam em casa quando foram atacados por criminosos. O coronel foi atingido na cabeça, enquanto Raiana levou tiros na cabeça, tórax e costas. O casal foi levado para o Hospital João XXIII, onde seguem hospitalizados.

A Polícia Militar divulgou uma atualização do estado de saúde dos militares, nesta quarta. A cabo Raiana Rodrigues passou por uma cirurgia e tem um quadro delicado, que indica ainda muita atenção. O coronel Alex Melo, por sua vez, perdeu o olho esquerdo. Ele saio do respirador e deve começar a tomar dieta líquida pela boca.

Durante uma ação policial, três dos suspeitos de torturar o casal foram mortos na região de Igarapé, nessa segunda-feira (6). Edson José da Silva Jr, de 22 anos, Luiz Gustavo Reiner dos Santos Figueiredo, de 19 anos e Taysson Gustavo Gomes da Silva, de 18 anos. Segundo a Polícia Civil, os três foram mortos em confronto após reagirem à abordagem.

Outros três suspeitos de envolvimento no crime foram presos pela Polícia Militar. A corporação informa que foi incorporada uma força-tarefa para apuração do ataque. Os presos estão sendo ouvidos pela Polícia Civil.