Segundo os jovens, que fizeram Boletim de Ocorrência (BO) na última sexta-feira (10) na 4ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, em Belo Horizonte, eles adquiriram duas caixas da bebida, que tinham 15 garrafas em cada, em um supermercado do bairro Buritis, região Oeste da capital em dezembro.
Eles disseram que aproximadamente 36 horas após consumirem a bebida, H. P. R. C., de 28 anos, G. A. R. D., de 23, e O. H. W., de 26, tiveram náuseas, vômitos, dores de cabeça, diarreia e fraqueza, além de um ter inchaço na perna, outro dor de ouvido e diarreia com sangramento.
Primeiramente, as vítimas acharam que passaram mal por causa de salgados que foram consumidos na praia, mas, após tomarem conhecimento das suspeitas em torno da bebida da Cervejaria Backer, verificaram que os sintomas eram parecidos com a "doença misteriosa".
Os jovens afirmaram que tiveram gastos com medicamentos e com assistência médica. Uma quarta vítima, que é namorada de um dos amigos, também passou mal após consumir a cerveja Belorizontina.
Ainda de acordo com as vítimas, não foi possível constatar qual era o lote de uma das caixas da bebida, porém, a segunda embalagem possuía o lote 2 1433, diferente dos investigados de terem a susbtância dietilenoglicol: L1 1348 e L2 1348.
Outras ocorrências
Durante a última semana, algumas pessoas fizeram BO, mas para relatar prejuízo com a compra da cerveja Belorizontina. Em um dos casos, um homem de 35 anos, também de BH, contou que comprou 30 garrafas do produto para realizar uma confraternização.
Porém, após tomar conhecimento de que determinados lotes eram suspeitos de conterem a substância tóxica, teve que cancelar o evento, obtendo prejuízo financeiro e constrangimento diante de seus convidados. Ele afirmou que uma das caixas era do lote 2 1348, que á alvo de investigação.
O homem contou aos policiais que tentou entrar em contato com a Backer, entretanto, não teve nenhum posicionamento da empresa a respeito do ocorrido.
Já um homem de 37 anos registrou que fez a compra de 10 caixas da Belorizontina, um total de 150 garrafas, em supermercado da avenida Raja Gabaglia, no bairro Cidade Jardim, região Centro-Sul de BH, em novembro do ano passado. A compra, segundo o solicitante, totalizou R$748,50.
Porém, na última quinta-feira (9), ele tentou trocar as caixas da bebida, mas como ele não tinha mais o cupom fiscal, a loja se recusou a efetuar o procedimento.
Entenda
Nas cervejas da marca Belorizontina, que é da cervejaria Backer, foram encontradas dietilenoglicol - substância anticongelante, de uso muito comum na indústria e altamente tóxica para ser humano. 11 pessoas que consumiram a bebida tiveram os sintomas de uma doença que ainda é desconhecida. Dessas, uma morreu e as outras estão internadas.
A Backer informou que continua colaborando com as autoridades, e que tem todo interesse em esclarecer os fatos. Ela também afirmou que a substância dietilenoglicol não faz parte de nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produto.
Interditada
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou nesta sexta-feira (10), como medida cautelar, o fechamento momentâneo da Cervejaria Backer, fabricante da cerveja Belorizontina, suspeita de ter uma substância que causa uma síndrome ainda desconhecida. Segundo o órgão, também foram determinadas ações de fiscalização para a apreensão dos produtos que ainda se encontram no mercado.
Segundo a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais foi identificada a substância “dietilenoglicol” em amostras de cerveja pilsen, marca Belorizontina, lotes L1 1348 e L2 1348.
"A gente já havia decidido parar a nossa produção para realmente buscar fatos e esclarecimentos", informou a diretora de marketing.
Resposta da Backer
A Backer informa que continua colaborando com as autoridades, que tem todo interesse em esclarecer os fatos e reitera que a substância dietilenoglicol não faz parte de nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos. Para o bem-estar e conforto de seus clientes, comunica que irá recolher, caso seja de interesse do consumidor, outros lotes da cerveja Belorizontina, mesmo que não sejam os lotes L1-1348 e L2-1348, a partir de segunda-feira, 13 de janeiro. Neste caso, o cliente, de porte do cupom fiscal da compra, deve procurar o estabelecimento comercial onde adquiriu o produto e fazer a devolução. O cliente será ressarcido no momento da devolução.