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Tragédia da Vale

Corpo encontrado em Brumadinho no sábado ainda não foi identificado, indica polícia

Segmentos ósseos encontrados no sábado (2) na área de Ferteco 1 pelo Corpo de Bombeiros não foram identificados até esta quarta-feira (6): entenda os esclarecimentos concedidos pelo perito Ricardo Moreira

07/10/2021 08h54
Por:

Por Itasat

No dia que o Instituto Médico Legal (IML) assegurou a confirmação da identidade de Angelita Cristiane Freitas de Assis, morta aos 37 anos na tragédia da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o médico-legista Ricardo Moreira Araújo garantiu que o segmento ósseo encontrado no sábado (2) na região do Ferteco 1 pelo Corpo de Bombeiros não pertencia a ela.

Com a recém-identificação de Angelita, caiu de nove para oito o número de vítimas que permanecem desaparecidas sob os rejeitos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão. A tragédia completa três anos no próximo 25 de janeiro – 270 pessoas morreram; 262 delas já foram identificadas pela Polícia Civil. 

Em relação ao segmento corpóreo encontrado no sábado, o médico-legista Ricardo Moreira Araújo informou que pode se tratar de uma vítima ainda não identificada; entretanto, pode também ser uma das 262 pessoas já identificadas pelo Instituto Médico Legal.

“Conforme foi amplamente divulgado, foi encontrado um segmento corpóreo muito rico em material para identificação no sábado, e que encontra-se sob análise. Com o banco de dados que temos, ainda não foi possível a identificação”, detalhou.

O banco citado pelo médico é composto por dados de impressões digitais das vítimas – especialmente usados no início dos trabalhos de identificação ainda em 2019 – e imagens como tomografias e chapas odontológicas feitas ainda em vida.

“Quando os casos chegam para nós, buscamos uma comparação. Nesse caso específico, apesar do corpo ser rico em elementos dentários, nós não temos material de raio-x para compará-los. Estamos entrando em contato com clínicas odontológicas para buscar informações de vítimas que não contam com materiais em nosso banco de dados”, pontua. 

Em função dessa limitação, o médico esclarece que, inicialmente, foi feito um trabalho para descartar vítimas cujos dados não batem com o material genético do segmento corpóreo encontrado.

“Das oito vítimas ainda não identificadas, sabemos que os segmentos encontrados não pertencem a sete delas. Significa que necessariamente será uma nova identificação? Não. O segmento pode pertencer a uma vítima que já foi identificada”, diz.