Por Itasat
Natural de Elói Mendes, cidade do Sul de Minas, o caseiro Adriano Garcia, de 47 anos, está entre os 26 integrantes da quadrilha do ‘novo cangaço’ mortos durante operação conjunta da Polícia Militar (PM) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Varginha, no último domingo (31). Mas quem é caseiro? Qual a participação dele no plano?
Informações apuradas pelo repórter Renato Rio Neto, da Itatiaia, com fontes da segurança pública mostram que Adriano tinha diferentes funções no plano criminoso. Ele era o contato local da quadrilha, tinha a função de monitorar os horários da movimentação dos policiais no quartel da PM da cidade, de passar informações sobre a localização dos bancos e até de buscar marmitas para os integrantes do novo cangaço.
As investigações devem apontar como a quadrilha chegou ao caseiro. No entanto, ele já tinha várias passagens pela polícia. A reportagem da Itatiaia teve acesso à ficha criminal de Adriano. O primeiro registro ocorreu em 2011 e as passagens foram se multiplicando ao logo dos anos, com crimes de furtos, porte ilegal de arma branca, desobediência e lesão corporal.
Fontes da polícia acreditam que ele teve participação efetiva no auxílio à quadrilha durante os dias em que os criminosos estiveram lá.
Relembre
A operação conjunta da PM e da PRF teve início nas primeiras horas do último domingo (31) em dois sítios nos arredores de Varginha. Os suspeitos reuniam um arsenal de guerra nos dois imóveis no perímetro urbano de Varginha, como metralhadoras ponto 50, armamento que derruba até aeronaves. Conforme a polícia, houve confronto e um intenso tiroteio. Os 26 criminosos morreram.
Há indícios de que os suspeitos mortos no confronto com a polícia eram membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.
O que é novo cangaço?
Usada para designar quadrilhas especializadas em grandes assaltos a bancos, a expressão “novo cangaço” foi cunhada há cerca de três décadas no Brasil. Bandos são responsáveis por crimes de grande repercussão, como o assalto à unidade do Banco do Brasil em Araçatuba, em São Paulo, onde os suspeitos pretendiam R$ 90 milhões e impactaram o país com imagens de populares usados como escudos-humanos.
Em Minas Gerais, bem como em outras regiões do país, os suspeitos não chegam às cidades sem estar munidos com forte armamento – como metralhadoras de alto calibre capazes de derrubar aeronaves, fuzis e pistolas; alguns utilizam também carros blindados, e coletes balísticos são itens indispensáveis para esses criminosos. As ações do novo cangaço são marcadas por extrema violência.