Por Itasat
O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina. No Brasil um homem morre a cada 38 minutos por causa da doença, segundo os dados mais recentes do Inca o Instituto Nacional do Câncer.
Apenas em 2021, quase 66 mil novos casos de câncer de próstata vão ser diagnosticados no país, o que significa um diagnóstico a cada sete minutos. E com a pandemia houve uma redução grande de exames e cirurgias, isto prejudica o diagnóstico e tratamento, com isso ao agravamento do problema o adiamento da doença afeta e muito a possibilidade de cura. Quem explica é o presidente da Sociedade Mineira de Urologia Francisco Guerra.
“Dentro desse contexto de avaliação da próstata, chamamos atenção pro impacto da pandemia. Sabemos que entre 2019 e 2020 o número de cirurgias pra tratamento do câncer de próstata diminuiu em 21,5 %, bem como a avaliação de exames para diagnóstico do câncer de próstata, como por exemplo o PSA, que houve uma queda de 27% no número de realização desses exames e também de 21% do número de biólogos para se dar um diagnóstico do câncer de próstata. Além disso, o número de internações para pacientes com tumor de próstata reduziu em 15,7%. Então a nossa preocupação é: esses pacientes que não foram diagnosticados ou tratados por conta da pandemia, quando eles chegarem para tratamento qual vai ser o impacto que eles sofreram? Qual o avanço da doença que eles sofrerão por conta da não avaliação e tratamento precoce do câncer de próstata?”
O diagnóstico precoce é essencial, por isso os homens devem ficar atentos aos exames de rotina. Segundo fatores de risco influenciam o momento de início de exames preventivos. “O momento de se iniciar a avaliação da próstata vai depender inicialmente da existência ou não de fatores de risco. Então, aqueles homens que tem uma história familiar, um ou mais parente de primeiro grau, raça negra ou obesidade, devem iniciar essa avaliação a partir dos 45 anos de idade. Aqueles que não se incluem nesses fatores de risco podem começar a partir dos 50 anos. Essa avaliação da próstata, ela consiste no exame de laboratório, que é o PSA, o exame local, que é o toque retal, o toque da próstata, e quando necessário exames de imagem, seja ultrassom, ressonância, ultrassom com biópsia e aí vai depender de cada caso, de cada avaliação”.
“O tabu em relação a avaliação da próstata ainda é uma realidade, mas nós devemos orientar que o exame local da próstata é o exame muito rápido e que nos dá muitas informações. A maioria dos tumores da próstata ficam numa região periférica da próstata no qual é alcançado pelo exame, pelo toque retal. Cerca de 20% dos cânceres de próstata são diagnostica já no toque retal. Portanto, é um exame rápido, simples e que nos dá muitas informações”.
O tabu precisa ser superado, por trás dele e os dados mostram como informações sobre o câncer de próstata são capazes de salvar vidas. “A importância esse tema pode ser observado sob diversos aspectos, como por exemplo: há uma estimativa que neste ano de 2021, mais de 65. 800 novos casos de câncer de próstata serão diagnosticados. Quando fazemos uma análise do período de 2015 a 2019, segundo o INCA, houve um aumento na taxa de mortalidade acima de 10%. Outros dados muito relevantes: o câncer de próstata é o tipo mais frequente de câncer entre os homens. Só perde para os tumores de pele, que nós chamamos de não melanoma. O diagnóstico de câncer de próstata ele é dado a cada sete minutos. Um óbito da doença acontece a cada 40 minutos. Cerca de 25% , ou seja, uma a cada quatro pessoas com diagnóstico de câncer de próstata vão morrer devido a doença, exatamente porque não procuram atendimento médico, fazem a sua avaliação periódica. Por conta disso, para cada cinco pacientes que procuram atendimento médico, um deles já vai ser diagnosticado com câncer de próstata no estágio mais avançado”, concluiu.