Por Lucas Gomes
Depois de uma denúncia anônima de que um pai de 40 anos agrediu os filhos nesta semana, além de abusar sexualmente da filha, o Conselho Tutelar e a Polícia Militar foram até uma escola estadual no bairro Jardim Leblon, região de Venda Nova em Belo Horizonte, local onde a adolescente estuda. Após informar aos policiais que não sabia do caso, a diretora da escola liberou a estudante para que fosse até sede do conselho na regional. Lá, a menina relatou vários crimes.
Diante de conselheiros e policiais, a adolescente afirmou que ela e o irmão moravam com os tios paternos e dormiam em uma cama de casal. Os irmãos presenciaram, por várias vezes, os tios mantendo relações sexuais e acabavam fazendo o mesmo ato "igual viam os tios fazendo", segundo consta no boletim de ocorrência. Em um certo dia, a adolescente, então com 13 anos, contou aos pais sobre o que tinha acontecido. Depois desse episódio, o pai da menina, com 38 anos, teria perguntado se ela tinha noção do que viu os tios fazendo e se "ela queria que ele fizesse o mesmo com ela". O pai ainda prometeu "ser cuidadoso para ela não sentir dor" e deu um tempo para ela pensar na "proposta".
A adolescente relatou na sede do Conselho Tutelar de Venda Nova que após um certo tempo ela procurou o pai "alegando que queria ter relações com ele e desde os 13 anos vem tendo relação com o pai em vários locais da residência". De acordo com o Código Penal, relação sexual com menor de 14 anos é considerada abuso de vulnerável. Em algumas ocasiões, os atos eram praticados com a presença da mãe do imóvel, apesar de a adolescente afirmar que a genitora não sabia do caso. As relações foram mantidas até o mês passado, segundo a vítima.
Ainda no relato da menor, o pai não a impedia de contar sobre os atos e que não iria negar, mas que ela iria carregar a morte dele nas costas por uma possível "esperteza", em tom de chantagem. A adolescente disse aos policiais e aos conselheiros que tinha um "sentimento bom e ruim, algo estranho", quando mantinha relações com o pai. Foi com o genitor que ela perdeu a virgindade, diz o boletim de ocorrência.