O município do Rio de Janeiro suspendeu hoje (26) a aplicação da vacina contra a covid-19 no público de 3 e 4 anos de idade, por falta de doses da CoronaVac. A vacinação dessa faixa etária começou no dia 20 de julho e foi suspensa outras vezes por falta de estoque .
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a pasta já solicitou novas remessas ao Ministério da Saúde, mas ainda não foi atendida.
“Desde o início a gente recebeu uma quantidade de doses para essa faixa etária muito pequena, há mais de três meses a secretaria oficia o Ministério da Saúde, para que a gente pudesse receber mais doses e ajustar essa distribuição. Mas infelizmente isso não aconteceu.”
O Ministério da Saúde informou que está em tratativas com o Instituto Butantan para aquisição de mais doses para o público de 3 a 4 anos.
“A aquisição de novas doses leva em conta o ritmo de vacinação deste público e o avanço do número de doses aplicadas, que atualmente está em cerca de 40%”, disse o órgão, em nota.
Soranz fez um apelo para que pais e responsáveis levem as crianças para receber as doses, assim que o estoque for reposto, pois a procura nessa faixa etária está baixa na cidade.
“Somente 16% das crianças nesse grupo etário tomaram vacina e a gente enfrenta novamente problema de falta de doses para toda a cidade do Rio de Janeiro. A faixa de 3 e 4 anos é a faixa etária que mais preocupa a gente nesse momento, porque é a faixa etária com a menor cobertura vacinal”.
Estudo da Fiocruz indicou que a covid-19 matou duas crianças menores de 5 anos de idade por dia no Brasil, desde o início da pandemia , confirmando a necessidade de acelerar a vacinação das crianças pequenas.
De acordo com os painéis da prefeitura , 72% das crianças de 3 e 4 anos não receberam nenhuma dose da vacina, o que equivale a 116,3 mil crianças, e 16% estão com uma dose. O esquema básico com duas doses foi aplicado em 12% do público estimado, num total de 19,8 mil crianças. A vacina CoronaVac para essa idade é utilizada com o esquema de duas doses no intervalo de 28 dias.
O secretário também chama a atenção para a baixa cobertura das doses de reforço na população em geral. Enquanto 99,8% da população maior de 18 anos tomou as duas doses do esquema básico, a primeira dose de reforço foi aplicada em 75,2% e apenas 34,5% procuraram os postos para receber o segundo reforço.