O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis Moreira acabam de ser presos no hotel Sheraton, na capital paraguaia.
Os dois foram presos diante da comprovação de que usaram passaporte falso para entra no país.
A detenção ocorreu por ordem de Milko Valinotti, a pedido da procuradora-geral do Estado Sandra Quiñónez, que corrigiu o pedido de suspensão condicional do inquérito contra Ronaldinho que havia sido feito por dois outros procuradores.
Os procuradores Frederico Delfino e Alicia Saprizia haviam entendido que Ronaldinho era inocente porque não teria conhecimento de que o documento era falso.
Entre o depoimento desta tarde, prestado pelo ex-jogador, e a detenção há pouco, a polícia descobriu que Ronaldinho planejava uma fuga para o Brasil.
Ele deixou o hotel onde estava hospedado, o Yatche Co& Golf Club, e se mudou para o Sheraton, mais próximo do aeroporto de Assunção.
O ex-jogador e seu irmão também haviam comprado bilhetes para embarcar para o Brasil: um nesta noite, e outro no próximo domingo.
Atualização:
Presos na noite desta sexta-feira no Paraguai, Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis, passaram a noite na Agrupación Especializada da Polícia Nacional, uma instalação que recebe apenas casos de maior relevância. Um dos presos mais conhecidos do local foi o traficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, um dos chefes do Comando Vermelho, que passou cerca de 11 meses detido lá, até ser enviado de volta para o Brasil, em novembro de 2018.
Em fevereiro, o deputado paraguaio Miguel Cuevas foi preso na Agrupación Especializada, acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. Também já passaram pelo local outros políticos e dirigentes esportivos, como o ex-senador Óscar González Daher, e seu irmão, Ramón González Daher, ex-presidente do Sportivo Luqueño e ex-vice da Associação Paraguaia de Futebol.
Como a cadeia para onde foram levados tem caráter especial, Ronaldinho e Assis não precisaram dividir cela com presos comuns.
A Justiça paraguaia decidirá na manhã deste sábado se revoga o pedido de prisão preventiva ou se os dois brasileiros permanecerão detidos no país. O advogado dos dois irmãos, Adolfo Marin, deixou a cadeia no fim da noite, mas não deu detalhes da situação:
- Ele (Ronaldinho Gaúcho) colaborou desde o primeiro momento - afirmou o advogado paraguaio, que foi breve também ao falar sobre a possibilidade de saída da prisão. - Não temos comentário a fazer sobre isso, amanhã vamos saber.
Prisão preventiva decretada logo após depoimento de mais de seis horas
Ronaldinho Gaúcho e Assis prestaram depoimento nesta sexta-feira. A audiência com o juiz Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, durou cerca de seis horas. Depois de ouvi-los, o magistrado disse que não aceitou a tese do Ministério Público do Paraguai, que considerava os dois brasileiros livres de processo por terem colaborado com a investigação. Valinotti decidiu dar dez dias de prazo para o MP investigar o caso e dar seu parecer definitivo.
Apesar da decisão de Valinotti, Ronaldinho e Assis não tinham, naquele momento, impedimento legal para deixar o Paraguai, e planejavam voltar para o Brasil na madrugada deste sábado. No entanto, após o pedido do juiz Valinotti, o MP paraguaio decidiu solicitar a detenção dos dois irmãos, para impedi-los de deixar o país.