Por EM
Para garantir a segurança da equipe do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte durante a pandemia da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, a Polícia Civil de Minas Gerais passou a realizar a necropsia virtual dos corpos. Usando aparelhos de tomografia, os médicos legistas fazem exames de forma menos invasiva, reduzindo os riscos de contaminação.
A necropsia virtual começou a ser utilizada pela instituição mineira no ano passado, após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que deixou mais de 200 mortos. O equipamento usado pela Polícia Civil foi doado pela mineradora por meio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
“O exame é utilizado de forma complementar ao tradicional, sobretudo em áreas do corpo de difícil acesso. Quando possível, o médico legista determina a causa da morte por meios externos, não havendo a necessidade da tomografia”, explica a Polícia Civil. “A opção pela necropsia virtual nesse período de pandemia visa minimizar as intervenções diretas que, quando indispensáveis, serão realizadas por meio de incisões objetivas, sem exposição de todo o corpo. O exame de tomografia é rápido, com duração aproximada de cinco minutos, sendo a análise das imagens um pouco mais complexa”, conclui.
A médica legista Adriana Zatti, que é especialista em radiologia e diagnóstico por imagem, explica que a necropsia virtual vem sendo realizada de forma mais ampla para afastar o risco de contaminação de todos os servidores envolvidos no processo, dos médicos aos auxiliares de limpeza.
“Importante ressaltar que a Medicina Legal da PCMG analisa apenas mortes violentas, como homicídios e acidentes. A declaração de óbito em caso de doença, como pela Covid-19, é resultado de exame realizado pelo médico do Serviço de Saúde que atestou o falecimento”, ressalta a Polícia Civil de Minas Gerais.