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Coronavírus

Doria desiste de flexibilização e prorroga quarentena em São Paulo até o dia 31 de maio

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08/05/2020 14h15
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Por Itasat

A quarentena no Estado de São Paulo teve o prazo prorrogado até o dia 31 de maio e o governo desistiu de flexibilizar a medida. O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB) nesta sexta-feira, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), também participou do anúncio.

"O cenário é desolador. E a quarentena está salvando vidas em São Paulo. Nenhum governante tem prazer em dar más notícias, mas não se trata de ter ou não este sentimento, trata-se de proteger vidas no momento mais crítico desse País", disse Doria. "Nenhum país conseguiu relaxar as medidas de isolamento social em meio a uma curva crescente. Autorizar o relaxamento agora seria colocar em risco vidas e o sistema de saúde. Retomaremos sim, no momento certo, na hora certa", disse.

A quarentena foi implementada em todo o Estado de São Paulo no dia 24 de março. A medida permite somente o funcionamento dos serviços considerados essenciais e continua valendo para os 645 municípios paulistas.

Doria já havia prorrogado a quarentena por duas vezes, o que gerou pressão de alguns setores da economia e de prefeitos, que pediam regras mais flexíveis. Diante deste cenário, Doria anunciou no dia 22 de abril que faria uma flexibilização das regras, o chamado Plano São Paulo.

Na época do anúncio, o governo afirmou que a flexibilização levaria em conta três fatores: taxa de crescimento do número de pessoas infectadas, capacidade do sistema de saúde de oferecer leitos de internação e número de pessoas testadas para a doença.

São Paulo vem enfrentando baixas taxas de isolamento social, abaixo dos 50%. A meta do governo é 60% e o número ideal é 70%, a fim de evitar um colapso do sistema de saúde. Mas poucos municípios atingem a meta.

A capital paulista tem índices que giram em torno de 48% (o número só sobe em finais de semana) e, diante deste cenário, Covas determinou nesta quinta um novo rodízio, mais restritivo, que pretende tirar 50% dos carros das ruas.

O sistema de saúde público na Grande São Paulo já opera praticamente no limite. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, em balanço divulgado na quinta-feira, na Grande São Paulo a ocupação dos leitos de UTI já é de 89,6%. No Estado, é de 66 9%.

O governo paulista também enfrenta problemas na aquisição de insumos e de equipamentos no combate à doença. A China bloqueou a vinda de 500 dos 3 mil respiradores adquiridos pelo governo de São Paulo e que seriam destinados a UTIs.

Além disso, um estudo divulgado pelo próprio governo nesta quinta-feira mostra um avanço da doença no interior do Estado. A cada três dias, 38 novas cidades paulistas registram casos de coronavírus. Se esse ritmo se mantiver, até o fim de maio, todos os municípios paulistas (são 645) serão afetados pela doença.