Por Itasat
A comercialização de sementes e plantas de maconha pelo Instagram chamou a atenção do setor de inteligência da Polícia Civil de Minas Gerais. O cultivo, o anunciou e a venda do entorpecente eram feitos a partir de duas casas da cidade de São Tomé das Letras, no Campo das Vertentes, no interior do Estado. Os homens responsáveis pelo negócio foram presa em flagrante.
O delegado Rodolpho Tadeu Machado, responsável pela investigação, deu nesta segunda-feira (22), detalhes sobre o esquema criminoso. Em maio deste ano, a corporação deu início a investigação e identificou que o perfil também vendia skunk (uma maconha mais potente).
Segundo explicou o delegado, a dupla, que não é natural de São Tomé das Letras, que escolheu a cidade para morar e implantar o negócio criminoso pelo clima da cidade que é propício ao cultivo.
“São indivíduos que migraram de outras cidades para lá. Um deles migrou de Nazareno para São Tomé. O outro já era condenado por tráfico de drogas em São Paulo. Eles atuavam em São Tomé porque essas cidades do Campo das Vertentes tem um clima propício para a produção dessa erva. Essa é uma cidade incrível, mas tem chamado a atenção pelo turismo da maconha”, contou.
O alvo principal da dupla eram justamente os turistas. “Após a negociação pela internet, o interessado ia até o local, experimentava a droga, e depois se tornava um comprador de sementes. A dupla também fazia banca de artesanatos que servia como fachada para a compra e venda de pequenas quantidades”, detalhou o delegado.
"Paz e amor"
Diferentemente da violência que cerca a comercialização de entorpecentes nas grandes cidades, o tráfico em São Tomé das Letras movimentado pelos dois criminosos era pregado a base da “paz e amor”.
“As pessoas que compravam essa droga são pessoas mais tranquilas, rastafári, que seguem a cultura de Jah. É um pessoal que vê a droga como um viés medicinal. Ali eles (suspeitos) sabiam em quem poderiam chegar para adquirir a droga. Normalmente, o comprador é uma pessoa de fora da cidade, de outros Estados e outros países. Sempre um pessoal com poder aquisitivo muito alto”, explicou Machado.
A dupla já era conhecida pelos policiais da cidade. Dessa forma, os agentes da Polícia Civil foram até a cidade para realizar a prisão. “Os suspeitos andavam sempre com pequenas quantidades de drogas. Isso para que, em caso de serem abordados (por policiais), seriam enquadrados apenas como usuários de drogas”, revelou o delegado.
Vida simples X PCC
Os dois suspeitos eram casados e moravam um do lado do outro. A droga era cultivada em viveiros montados dentro de suas casas. Apesar da vida simples e de comercializar a droga para pessoas que pregam boas vibrações, um dos suspeitos tem ligação ao PCC.
“Ao mesmo tempo que eles tinham uma vida cultural comum, sem ostentação de carro, dinheiro, um dos indivíduos esteve preso em São Paulo e é considerado simpatizante do PCC. Aqui, a princípio, é uma venda sem o viés violento, mas como é uma conduta ilícita já tem uma certa ligação. Pode ser um comércio que não é violento hoje, mas e amanhã? ”, pontuou o delegado.
Prisão
Os dois homens foram presos e foram encaminhados para o sistema prisional. Os dois vão responder por tráfico de drogas.